terça-feira, 1 de agosto de 2017

Montes Claros realizou nos dias 24 e 25 IV Conferência Regional de Promoção da Igualdade Racial do Norte de Minas.




Realizada em Montes Claros a IV  Conferência Regional de Promoção da Igualdade Racial do Norte de Minas, com a participação de 34 municípios, que infelizmente teve um público pequeno os 34 municípios juntos não conseguirão levar no evento 70 pessoas olhando por este prisma a mobilização foi pífia, lembrando que em 2005 na primeira conferencia tivemos 176 pessoas presentes, e passados 3 edições ainda tem muitas proposta que não sairão do papel.
Um ponto positivo e o reconhecimento pelo município de Montes Claros da comunidade de Monte Alto como a primeira comunidade quilombola em Montes Claros, a 13 quilômetros da sede. O processo de criação dessa comunidade quilombola foi iniciado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e agora será montado o processo, para buscar o credenciamento na Fundação Palmares. O foco é construir uma escola na localidade, usando os recursos do programa Brasil Afrodescendente.
A Conferência teve inicio às 19 horas, no campus Darcy Ribeiro prédio 06 UNIMONTES, com a presença do secretário Nilmário Miranda, de Direitos Humanos e Cidadania.
A Conferência Regional de Promoção da Igualdade Racial do Norte de Minas ocorre no momento em que Montes Claros vivem, uma polêmica: uma pedagoga (cujo nome foi mantido em sigilo) foi presa acusada de injúria racial, ao ofender um segurança de um hospital. Ela o teria chamado de ‘macaco’ e negro, durante um atendimento. Ela chegou ao hospital com um filho adolescente passando mal. Outro filho dela, que é acadêmico de medicina, acompanhou o atendimento, quando a pedagoga também pediu para entrar alegando que o filho estava na condição de acadêmico. O segurança não deixou porque é permitida a entrada de apenas um acompanhante. A mulher ficou exaltada e chamou o segurança de macaco e negro. A mulher foi autuada em flagrante e liberada após pagar fiança de R$ 1 mil, mas vai responder pelo crime em liberdade.
A IV Conferência Regional de Promoção da Igualdade Racial do Norte de Minas tem como tema deste ano “O Brasil na Década do Afrodescendente: Montes Claros promovendo a Igualdade Racial por nenhum Direito a menos”. Abertura, dia 24, 19 horas, no auditório Mário Ribeiro da Silveira, no prédio 06 e no dia 25 iniciou as 8.30h e terminou às 17.30 com a fala da camarada Claudia Menezes Vitalino da direção nacional da UNEGRO, os grupos de trabalhos acontecerão durante todo dia, com vários temas discutidos e no final a eleição dos delegados que irão representar o norte do estado na IV conferencia estadual que irá acontecer em Belo Horizonte nos dias 25 a 27 de Agosto de 2017.
Territórios remanescentes de quilombos
O Território Remanescente de Comunidade Quilombola é uma promessa que ainda está no papel apressar da luta dos quilombolas do movimento negro brasileiro estamos correndo o risco de perder tudo que conquistamos até hoje por isto vejo como positivo a realização das conferencias municipais e regionais.
Os remanescentes de quilombo são definidos como grupos étnico-raciais que tenham também uma trajetória histórica própria, dotado de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida, e sua caracterização deve ser dada segundo critérios de auto- atribuição atestada pelas próprias comunidades, como também adotado pela Convenção da OIT sobre Povos Indígenas e comunidades tradicionais quilombolas.
A chamada comunidade remanescente de quilombo é uma categoria social relativamente recente, representa uma força social relevante no meio rural brasileiro, dando nova tradução àquilo que era conhecido como comunidades negras rurais (mais ao centro, sul e sudeste do país) e terras de preto (mais ao norte e nordeste), que também começa a penetrar ao meio urbano, dando nova tradução a um leque variado de situações que vão desde antigas comunidades negras rurais atingidas pela expansão dos perímetros urbanos até bairros no entorno dos terreiros de candomblé.
Atualmente, há mais de 2 mil comunidades quilombolas no país, lutando pelo direito de propriedade de suas terras consagrado pela Constituição Federal desde 1988.

Hilário Bispo

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