sexta-feira, 20 de junho de 2014

Segundo a Justiça Brasileira, Candomblé e Umbanda não são religiões.

E A HISTÓRIA CONTINUA
O fato é sabido. Segundo a Justiça Brasileira, Candomblé e Umbanda não são religiões. O que são? Bom... São alguma coisa, mas não religião. Religião não.  A Justiça Federal poderia ter dado grande contribuição na luta por cidadania e respeito, além de diversidade religiosa. Não o fez. Ao invés disso, expôs uma herança escravocrata e altamente preconceituosa, injusta como toda atitude preconceituosa, ao negar que os cultos afro-brasileiros sejam verdadeiras religiões. A decisão pela não classificação e enquadramento dos mesmos, só fortalece a violência, a perseguição e o fomento a intolerância, mas bem do jeitinho brasileiro.

Segundo N. Birbaum, referido no Dicionário de Ciências Sociais publicado pela Fundação Getúlio Vargas, em 1986, a religião é definida como: um conjunto de crença, prática e organização sistematizadas, compreendendo uma ideia que se manifesta no comportamento dos seguidores. Dessa conceituação decorre aferirmos que toda religião se define, em princípio, por um culto prestado a uma ou mais divindades; pela crença no poder desses seres ou forças cultuados; uma liturgia, expressa no comportamento ritual; e finalmente pela existência de uma hierarquia sacerdotal.

O Candomblé e a Umbanda são religiões, e muito mais do que isso. Numa perspectiva mais abrangente, podemos afirmar, inclusive, que a história do Brasil passa pelos terreiros, pela riqueza de suas narrativas coloridas e musicais, por seus batuques, pela luta contra o racismo e pela resistência de milhões de africanos, e de seus filhos e filhas de santo.

Não é o monoteísmo que caracteriza uma religião. Se assim fosse, as religiões orientais como o hinduísmo, o taoísmo e etc., não seriam como tal consideradas. E se o monoteísmo não é critério, muito menos ainda, a exigência pífia de as práticas religiosas serem ou não baseadas em textos escritos, serem religiões de livros. A esse propósito, inclusive, o historiador nigeriano I.A. Akinjogbin, em artigo na coletânea Le concept de pouvoir em Afrique (Paris, Unesco, 1981), assim se manifestou: “O conhecimento livresco tem um valor formal e importado, enquanto o saber informal é adquirido pela experiência direta ou indireta. Os conhecimentos livrescos não conferem sabedoria (…) O ensinamento tradicional deve estar unido à experiência e integrado à vida, até porque há coisas que não podem ser explicadas, apenas experimentadas e vividas”. Qualquer pessoa sensata entenderia, lendo apenas isso, que, embora enquanto instituição se exijam estatutos e regras de qualquer pessoa jurídica, no nível da vivência, fundamental é a experiência, e nada a substitui ou exime.

Há pouco tempo, a polícia invadia os espaços sagrados afro-brasileiros, destruía, agredia e prendia seus adeptos, mas o povo de santo resistiu. A caça às bruxas, porém, não terminou. Antes, foi reinventada em tracejados modernos, repintura de um passado que não podemos deixar abandonado no silêncio omisso de um pacifismo covarde. Hoje, nos deparamos com uma sentença judicial escandalosa, que dá fôlego a discursos de ódio e ao fundamentalismo religioso, sempre imperioso, silenciosamente voraz, como um câncer que não se cura, na sociedade dita, da pluralidade. Mas o povo de santo resistirá, porque a história dos terreiros é a história da resistência. Aliás, estamos acostumados à guerra, inclusive psicológica.

Onde esta a proteção constitucional da carta maior deste estado-nação Brasil, que assim enuncia: “O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional”? Acaso o artigo 215, parágrafo 1º da Constituição caiu em desuso? Sentencia uma conhecida máxima: livros e papeis aceitam tudo. É fato. Quem o pode duvidar? Ao menos no Brasil, algumas leis têm força enquanto literatura jurídica. Não passam de objeto de estudo de juristas, gurus iluminados, que decidem tudo do alto de sua sabedoria abstrativa e, muitas vezes, dissociada da concretude da realidade, onde a vida, de fato, se dá.

Para entender uma religião afro-brasileira, deve-se primeiramente entender todo um processo de alteridade e um sistema cultural próprio, para saber que para o africano a oralidade está acima da escrita, mas isso não nega ou desqualifica a condição religiosa do negro ou do afrodescendente. O Estado brasileiro, cada vez mais sufocado pelo poder judiciário, que ameaça engolir os demais poderes, teria competência prática para determinar aos brasileiros, o que eles podem ou não acreditar, no nível da vivência e convicção pessoal? Parece acreditar poder. Disseram para uma parcela considerável de filhos desta Nação: vocês não são o que pensam que são. Então o que somos? Será se ousam responder, ou sabem?

O Professor e Hipnólogo Wallace Sousa

Formado em Filosofia, Teologia, Hipnose Clínica e Graduando em Ciências da Religião. Trabalha como professor no projeto UNIAFRO da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, com o curso de Formação Continuada para Professores da Educação Básica sobre as Relações Étnico-raciais e o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

domingo, 1 de junho de 2014

A Argélia está localizada no litoral norte da África.

Capital: Argel Extensão Territorial: 2.381.741 Km2 Clima: Árido Subtropical 
População (2009): 34.895.470 habitantes Densidade demográfica: 14,6 hab/Km2
Idioma: Árabe e berbere (oficiais), francês Religião: Islamismo 96,7%, sem religião 3%, cristianismo 0,3% Moeda: Dinar argelino IDH: 0,677Total do PIB (2007): 132.452 milhões de US$ Esperança de vida ao nascer: 72 anos.
A Argélia está localizada no litoral norte da África, é banhada pelo Mediterrâneo. Faz fronteira com a Tunísia, Líbia, Níger, Mali, Mauritânia, Saara Ocidental e Marrocos. É o segundo maior país em extensão territorial do continente africano, atrás apenas do Sudão.
O território foi habitado primeiramente pelos berberes, em seguida foi ocupado e incorporado por diversos povos e impérios, entre eles se destacam os fenícios, cartagineses, romanos, vândalos, bizantinos e árabes.  Em 1830 a França invadiu a Argélia, com a intenção de dominar o seu litoral. Em 1857 ocorreu a dominação definitiva dos franceses no território argelino. A luta pela independência se intensificou principalmente após a II Guerra Mundial, com o levante popular de 1945, porém eles foram reprimidos com muita violência por parte dos franceses. 
A FLN (Frente de Libertação Nacional) foi organizada em 1954, e deu início a uma luta armada contra a dominação da França. Somente em 1962 os franceses reconheceram a independência da Argélia. Cerca de 1 milhão de franceses deixaram o país em direção à França. A Argélia passou a ser governada no mesmo ano por Ahmed Bem Bella, representante da Frente de Libertação Nacional, único partido político do país. 
Somente em 1989 foi aceito o multipartidarismo, esse fato ocorreu devido aos protestos da população, que resultou numa reforma constitucional que acabou com o regime de partido único. Criou-se a FIS (Frente de Libertação Islâmica), principal organização oposicionista da Frente de Libertação Nacional. A eleição presidencial de 1991 foi vencida pelo representante da Frente de Libertação Islâmica, Bendjedid. No entanto, em 1992 ocorreu um golpe militar que forçou Bendjedid a renunciar o cargo. 
Em 2009, Abdelaziz Bouteflika foi eleito presidente da Argélia pela terceira vez, acusações de irregularidades na disputa eleitoral foram feitas pela mídia e oposição.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Costa do Marfim.

Localizada na porção oeste do continente africano, a Costa do Marfim faz limites com Mali e Burkina Faso a norte; Gana a leste; Libéria e Guiné a oeste, e é banhado pelo Oceano Atlântico ao sul. O nome da Costa do Marfim foi dado pelos portugueses, sendo uma referência ao grande número de elefantes que existia na região na época colonial.
O país obteve sua independência no dia 7 de agosto de 1960. A Costa do Marfim é uma das nações mais prósperas do oeste africano, isso se deve ao desenvolvimento agrícola, principalmente a produção de café e cacau (o país é o maior produtor de cacau do mundo). Também se destaca a indústria alimentícia, têxtil, a exploração de petróleo e gás natural, além da extração de diamantes. Atualmente, convivem no território marfinense mais de 60 grupos étnicos, esse fato contribui bastante para a diversidade cultural do país, no entanto, gera conflitos entre os diferentes grupos étnicos.
Dados da Costa do Marfim: Extensão territorial: 322.463 km².Localização: África.
Capital: Abidjan.Clima: Subequatorial de floresta ao sul, tropical úmido a noroeste, tropical seco a nordeste. Governo: República presidencialista.Presidente: Laurent Gbagbo. Divisão administrativa: 19 regiões subdivididas em departamentos.
Idioma: Francês.Religião: Crenças tradicionais 37,6%, cristianismo 31,8% (católicos 14,8%, independentes 9,3%, outros 7,7%), islamismo 30,1%, sem religião 0,2%, outras 0,3%.População: 21.075.010 habitantes. (Homens: 10.733.376; Mulheres: 10.341.634).
Composição Étnica: Bauleses 23%, betes 18%, senufos 15%, mandingas 11%, outros 33%.Densidade demográfica: 58 hab/km².Taxa média anual de crescimento populacional: 1,73%.População residente em área urbana: 49,49%.População residente em área rural: 50,51%.População subnutrida: 14%.Esperança de vida ao nascer: 47,7 anos. Domicílios com acesso a água potável: 81%.Domicílios com acesso a rede sanitária: 24%.Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,397 (baixo).
Moeda: Franco CFA.Produto Interno Bruto (PIB): 20.650 milhões de US$.PIB per capita: 1.072 de US$.Relações exteriores: Banco Mundial, FMI, OMC, ONU, UA.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Um pouco sobre Camarões.

Localizada na costa oeste da África e banhada pelo golfo da Guiné, a República de Camarões é uma das nações que apresenta maior diversidade cultural do continente africano, esse fato ocorre em razão da presença de diferentes grupos étnicos no território camaronês (são aproximadamente 230 grupos étnicos, que falam 250 línguas e dialetos nativos). A nomenclatura do país, Camarões, foi criada pelo navegador Fernando Pó, no século XV, em virtude do Rio dos Camarões. A independência de Camarões só foi obtida em 1° de janeiro de 1960, após o país ter sido colônia da França e Inglaterra ao término da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Mais de 40% do território é coberto por floretas tropicais. No norte, onde predominam as savanas, o clima tropical é seco, tornando-se árido nas proximidades do lago Chade. No oeste, há formações montanhosas de origem vulcânica, cujo ápice é o monte Camarões (4,1 mil metros), um dos mais altos da África Central. A disputa territorial com a Nigéria pela península de Bakassi provoca conflitos de fronteira desde os anos de 1990.
Dados de Camarões: Extensão territorial: 475.442 km². Localização: África.Capital: Laundê. Clima: Tropical (ao norte) e Equatorial (ao sul).Governo: República presidencialista. Divisão administrativa: 10 províncias. Idiomas: Francês e inglês (oficiais), principais línguas regionais: fang, balimequê, duala. Religião: Cristianismo 54,2% (católicos 26,5%, protestantes 20,7%, outros 7%), crenças tradicionais 23,7%, Islamismo 21,2%, sem religião e ateísmo 0,4%, Bahaísmo 0,4%. População: 19.521.645 habitantes. (Homens: 9.758.751; Mulheres: 9.762.894). Composição Étnica: Camarões 31%, bantos 19%, quirdis 11%, fulanis 10%, outros grupos étnicos autóctones 29%.Densidade demográfica: 37 hab/km². Taxa média anual de crescimento populacional: 2,3%. População residente em área urbana: 57,6%. População residente em área rural: 42,4%. População subnutrida: 23%. Esperança de vida ao nascer: 50 anos. Domicílios com acesso a água potável: 70%. Domicílios com acesso a rede sanitária: 51%. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,460 (baixo).
Moeda: Franco CFA. Produto Interno Bruto (PIB): 20.606 milhões de US$. 
PIB per capita: 1.111 de US$. 
Relações exteriores: Banco Mundial, Comunidade Britânica, FMI, OMC, ONU, UA.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Camarões é um país africano que apresenta grande diversidade étnica.


Camarões é um país africano que apresenta grande diversidade étnica – cerca de 230 grupos étnicos diferentes, os quais falam 250 dialetos. Seu território possui 475.442 quilômetros quadrados, limitando-se com a Guiné Equatorial e com o Gabão (ao sul), Congo (a sudeste), República Centro-Africana (a leste), Chade (a nordeste), Nigéria (a oeste) e com o Golfo da Guiné (a sudoeste). A capital nacional é a cidade de Laundê.

O território que atualmente corresponde a Camarões foi ocupado, em 1884, pelos alemães. Durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), tropas da França e da Inglaterra invadiram o país, sendo que os franceses se apropriaram de 75% do território camaronês, e os ingleses ficaram com os 25% restantes.
Os movimentos de independência prolongaram-se durante todo o século XX, e somente no dia 1° de janeiro de 1960 Camarões se tornou um país independente.
As florestas tropicais cobrem mais de 40% do território, sendo que na porção norte há o predomínio das savanas. O clima do país varia conforme a região: tropical (ao norte) e equatorial (ao sul). Camarões possui formações rochosas de origem vulcânicas, cujo ápice é o Monte Camarões (4,1 mil metros), um dos mais altos da África Central.
A população de Camarões totaliza 19.521.645 habitantes, considerado como um dos países mais populosos da África.
A densidade demográfica é de 40 habitantes por quilômetro quadrado e o crescimento demográfico é de 2,3% ao ano.
A população residente em área urbana corresponde a 57% e a população rural soma 43%. Os idiomas oficiais são representados pelo francês e o inglês.
Camarões, assim como outras nações da África Subsaariana, apresenta vários problemas socioeconômicos.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de apenas 0,460; a esperança de vida ao nascer é de 50 anos. A subnutrição atinge 23% dos habitantes; a taxa de mortalidade infantil é uma das mais altas do mundo: 85 óbitos a cada mil nascidos vivos.
O analfabetismo também apresenta índices elevados: 32%.
A economia camaronense é pouco desenvolvida.
A agricultura baseia-se no cultivo de algodão, café, mandioca, milho, cacau e sorgo.
A pecuária e a pesca são outras atividades importantes.
O petróleo e o calcário são as principais riquezas naturais.
A indústria, por sua vez, atua nos seguintes segmentos: alimentício, de bebidas, madeireiro e petrolífero.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país atingiu a marca de 23,4 bilhões de dólares em 2009. 
A moeda é o Franco CFA.


A República Federal da Nigéria

Nigéria
Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia (Equipe Brasil Escola)

A República Federal da Nigéria está localizada no continente africano e possui uma grande riqueza em recursos naturais. Essa nação possui o maior contingente populacional do continente. Debaixo do subsolo nigeriano existe uma enorme reserva de petróleo, no entanto, isso de nada favorece a população que enfrenta uma série de mazelas sociais. Muitas vezes, o dinheiro tem destinos ilícitos, como o desvio de verbas e a prática da corrupção, dessa forma, os habitantes não são beneficiados com a arrecadação da receita. A configuração da cidade de Lagos, uma das maiores da Nigéria, é caracterizada por uma grande aglomeração de pessoas que convivem com o desprovimento de serviços públicos de infraestrutura (moradia, alimentação, saúde, educação, renda, entre muitos outros), e isso tende só a piorar, uma vez que existem altos índices de crescimento demográfico. Lagos ocupa um lugar de destaque entre as cidades da Nigéria, embora tenha perdido, em 1991, a condição de capital do país para a cidade de Abuja. Estima-se que a população da Nigéria totaliza, aproximadamente, 154,7 milhões de habitantes, no subsolo nacional encontra-se uma das maiores reservas de minério fóssil do mundo, são cerca de 1 milhão de quilômetros quadrados. Parece que essa imensa riqueza não consegue atingir a pobreza com a qual seus habitantes convivem, o país está entre os piores em qualidade de vida e um dos primeiros em níveis de pobreza.

Características climáticas da Nigéria
O clima predominante no território nigeriano sofre influências diretas dos efeitos provocados pela maritimidade. Nas áreas próximas ao litoral sul a temperatura máxima é de 32ºC, composta por uma alta umidade relativa do ar e índices pluviométricos relativamente elevados e bem distribuídos durante todo o ano. No centro do país o período chuvoso ocorre de abril a outubro, já a época da seca desenvolve de novembro a março, nessa as temperaturas são elevadas e podem superar os 38ºC. Ao norte, a seca permanece por um período maior, cerca de oito meses, fenômeno provocado pela influência dos ventos secos e quentes originados no Deserto do Saara.

Economia da Nigéria
A economia nigeriana era baseada na produção agropecuária, principalmente no cultivo de cacau, café, amendoim, banana e azeite de dendê, todos com finalidade de exportação. A produção de alimentos não acompanhou o crescimento populacional, então o país recorreu à importação para suprir as necessidades internas. O país possui jazidas de diversos minérios, mas o principal é o petróleo, esse recurso mineral responde, atualmente, por 20% do Produto Interno Bruto, 95% das exportações e 80% da receita nacional. O setor industrial ainda é discreto, mas as empresas já existentes e atuam, principalmente, no segmento de bebidas, fumo, equipamentos de transporte e automóveis, produtos químicos, têxteis e alimentos, o parque industrial nigeriano está localizado nas cidades litorâneas.

Informações gerais sobre a Nigéria: 
Área: 923.768 km2. Capital: Abuja.
Idioma: Inglês como oficial, além de outros praticados, como haussá, ibo e ioruba.
 
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,423 (baixo).
Religião: 40% cristianismo, 50% Islamismo, 10% religiões diversas.
Moeda: Naira.