domingo, 11 de maio de 2014

‘Consumo étnico’ aquece negócios entre empreendedores negros.

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Especializada em penteados
afro,
Chris tem público masculino
forte que curte dreads e tranças
Cris Olivette
A fundadora da Cia. das Tranças,
Chris Oliveira, era produtora de moda antes de criar um salão especializado em cabelo de pessoas negras. “Não gostava do atendimento que recebia nos salões e passei a cuidar sozinha de meu cabelo.”
O resultado foi tão bom que as pessoas começaram a elogiar e a perguntar quem cuidava de seus cachos. “No início, fiz alguns cabelos por hobby. Nesse processo, vi que muitas pessoas tinham a mesma infelicidade que eu, por não encontrar bons salões. Usei as críticas a meu favor e criei um salão como sempre sonhei encontrar.”
Após 12 anos, Chris comanda uma equipe com 13 profissionais. “Há dois anos cuido só da gestão da empresa, e tem sido ótimo porque nesse período o negócio cresceu 50%.” Ela diz que 80% de seu público é de mulheres. “Em relação a dreads e tranças, tenho um público masculino forte.” Chris diz que não são só negros que buscam penteados afro. “Recebemos japonesas, loiras, mas é claro que negros representam 80%.”
A atividade de Chris, engrossa o estudo que aponta crescimento de 29% no empreendedorismo entre negros, ocorrido em uma década. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra em Domicílios (PNAD), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que considerou o período entre 2001 a 2011. Segundo o estudo, o empreendedorismo entre negros passou de 43% para 49%.
O consultor de marketing do Sebrae-SP Marcelo Sinelli pondera, entretanto, que o que cresceu muito, na verdade, foi o número de pessoas que se declaram negras. “Para o IBGE, o critério que define se uma pessoa é negra ou não é a autodeclaração. É provável, que muitos já fossem empreendedores, mas não se declaravam negros.”
altSinelli diz que as transformações ocorridas na sociedade brasileira nos últimos 20 anos contribuíram para a mudança de postura. “Está tudo atrelado. O crescimento do orgulho de ser negro, a ascensão social das classes C e D, e o aumento do acesso à informação abriram uma série de oportunidades, estimulando negócios específicos, que podemos chamar de consumo étnico.”

Ana Paula (à esq.) e Cristina investem na cultura africana
A sócia da Xongani, Ana Paula Xongani (foto na capa), está entre os que privilegiam
o consumo étnico. “Assim como outros negócios voltados ao público negro, a Xongani nasceu para cobrir uma lacuna. Não havia no mercado acessórios que valorizassem a cultura africana.”
Cristina, sócia e mãe de Ana Paula, afirma que a profissionalização da marca veio a partir da demanda. “Tudo foi concebido para atender as necessidades das mulheres da família. Com o tempo, recebemos encomendas e o negócio cresceu.”
Hoje, após quatro anos de mercado, a Xongani produz 26 itens como sapatilhas, brincos, pulseiras e turbantes. “No ano passado, lançamos nosso primeiro modelo de vestido de noiva afro-brasileira. Nosso principal diferencial está nos tecidos, importados da África”, diz Ana.
Além de vender pelo e-commerce, a marca vai aonde o publico está. “Participamos de grandes eventos realizados em todo o País como o Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros, Feira Preta, Afrolatinidades, Rua do Samba, Festa de São Benedito e Feijoada da Mãe Preta. Também visitamos eventos na periferia de São Paulo.”
altUma das precursoras desse movimento de valorização de produtos específicos para a população negra foi a fundadora da Muene Cosméticos, Maria do Carmo Valério, de 81 anos. “Foi muito difícil ajustar as fórmulas porque o Ph da pele negra é diferente. Tive de mudar várias vezes de químico.” No mercado há 25 anos, a Muene comercializa 121 itens, tendo como carro-chefe o pancake, com nove tonalidades.

Araújo (centro), criou agência especializada em modelos negros há 14 anos.
Hoje, seu book tem 200 nomes
Antes de fundar a agência HDA Model, Helder Dias Araújo era professor de passarela e coreógrafo na Bahia. “Vim para São Paulo praticamente sem dinheiro. Trabalhei três anos em uma agência. Quando ela fechou, vi que não havia na cidade uma agência especializada em modelos negros. Agarrei essa oportunidade. Hoje, 14 anos depois, capacito e formo profissionais. Nosso book contém mais de 200 modelos.”
Ele conta que o curso de modelo tem 33 matérias como etiqueta, teatro, passarela, nutrição, maquiagem e postura. “Na metade do curso, que dura seis meses, eles participam de uma banca que avalia quem está tendo um bom aproveitamento e deve concluir a formação.”
Helder afirma que os aspirantes a modelo passam por avaliação e são indagados sobre os estudos. “É fundamental que o modelo continue estudando. Essa carreira é efêmera e muitas vezes ingrata. Eles precisam ter os pés no chão.”
altO empresário diz que o mercado para modelos negros está crescendo. “Mas acredito que não foi o mercado que se abriu e sim, foi o negro que se conscientizou e está buscando seu espaço. Os negros perceberam, enfim, que a grande ferramenta é a educação, com ela é possível ir aonde quiser.”


Adriana, fundadora da Feira Preta
Militância empreendedora impulsiona negócios
Formada em gestão de eventos e com especialização em arte e cultura, Adriana Barbosa é uma empreendedora engajada. Desde 2002, realiza anualmente a Feira Preta. “Criei a feira pela necessidade de haver um evento com esse recorte racial de segmentação, levando em conta não apenas o viés da militância mas sobretudo pela oportunidade de negócio. Não existia nenhuma feira com essa abordagem que reunisse produtos e cultura”, afirma.
Adriana conta que o evento começou com 40 expositores e hoje são 100 participantes de todo o País. “Em 2005, criei o Instituto Feira Preta que organiza ações culturais, festival de música, seminário de boas práticas em economia criativa e o curso Preta Qualifica, que capacita empreendedores que participam da feira, em áreas como formulação de preços e atendimento ao público.”
O treinamento é feito em parceria com o Sebrae. Mas o instituto também organiza capacitação ligada à área de cultura, que aborda assuntos como elaboração de projetos, captação de recursos e estratégia de comunicação. “O objetivo é dar aos artistas um olhar de gestão sobre sua própria obra.”
Segundo Adriana, existe um potencial grande a ser explorado nesse nicho.
“A preocupação é saber se quem produz compreende as particularidades desse público, cada vez mais exigente, e se tem escala para atender a demanda crescente.”
A empresária conta que a terceirização de algumas etapas de seus negócios é feita por meio de redes que agrupam profissionais negros. “Uma delas é a Kultafro. Hoje, 70% das minhas produções são feitas por profissionais e empreendedores negros. Adotamos o conceito americano Black Money, para fazer circular dinheiro dentro da comunidade negra.”
A diretora comercial da loja de bonecas Preta Pretinha, Joyce Venâncio, se inspirou em um sonho de infância para criar o negócio. “Quando minhas irmãs e eu éramos pequenas, queríamos ter bonecas negras e nossa avó fez bonecas com tecido marrom para nós”, diz Joyce. Em 2000, as irmãs se uniram para criar a loja que oferece, além de bonecas, brinquedos educativos, fantoches e bonecos de madeira.
“Não quisemos segregar produzindo só bonecas negras, elas são maioria, mas também temos orientais, muçulmanas, russas etc.” Joyce afirma que, com o tempo, viu que era necessário criar bonecas com enfoque na inclusão. “Hoje, temos bonecas cadeirantes, albinas e obesas, entre outras, que são muito usadas em aulas sobre inclusão.” Em 2010, elas também fundaram o Instituto Preta Pretinha, que promove oficinas e inclusão de pessoas carentes.

terça-feira, 6 de maio de 2014

8ª edição do Festival de Cultura e Arte Negra 2014

Informação adicional do Projeto

A Realização do Festival de cultura e arte negra surgiu com objetivo de dar visibilidade o artista que trabalha com a diversidade cultura na perspectiva de gênero é raça foi com esse objetivo que surge o  evento e com muita lutar é organização vamos realizar a 8ª edição do Festival de cultura e arte negra. É chegada a hora de perdermos o medo, e hoje através do Festival de cultura e arte negra, temos certeza, este objetivo cultural que faz parte da vida dos homens será alcançado e também pela importância do próprio tema motivar o artista no desenvolvimento de Seu potencial.

Programação

PROGRAMAÇÃO DAS MESAS DE DEBATES CCH UNIMONTES PRÉDIO 02 AUDITÓRIO DE 19.30H as 21.30 H

13 DE MAIO DIA NACIONAL DE LUTA CONTRA O PRECONCEITO RACIAL

Dia 13 de Maio horário 19.30H as 21.30 H

Mesa de debate com Papiõn Cris Santos
A Lei 11.645/08 e Intolerância a Espiritualidade Indígena e Oficina de Reutilização e Grafismos Indígenas das 16.00h às 18.00h.


Dia 14 de Maio horário 19.30H as 21.30 H

Mesa sobre a lei 10639 ,Com Maria Du Carmo Costa ( Madu Costa) Professora de Arte e Literatura na empresa Escola Municipal Belo Horizonte
Contando  estória,Slogan.:Já falei 10639 vezes que racismo é crime.

Dia 15 de Maio horário 19.30H as 21.30 H

Mesa: Autoestima e imagem corporal, com a Prof.ª Luciana de Almeida Moreira.
Pesquisadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Narrativas Formativas – GEPENAF e  Crime cibernético, com a Advogada Lucélia Saraiva Aguiar -

Programação das oficinas

Local das Oficinas ( Núcleo de Dança Luciano de Jesus ) AV Amperes 365 Bairro de Lurdes Próximo a Igreja Católica. 

Sexta Feira dia 16 Oficina de grafite com Wender Miranda - Montes Claros,  das 9H às 12H /Capoeira Angola com Jean Cigano – Montes Claros,  das 9H às 11h/ de Break com Dário Adam -Montes Claros, das 15H às 17H/ de Mascaras Africana Mascaras Africana com Olívio Cerqueira - Montes Claros, das 18H às 21H

Sábado 17 Oficina de Mascaras Africana Mascaras Africana com Olívio Cerqueira - Montes Claros, das 8H às 14h /Trança e Penteado com Ednéa Rubim - RJ e Claudia Santiago - RJ das 8H às 12.H / de Turbante e Amarras com Neguinha Moura -RJ das 13.H às 17.00H

Domingo dia 18 Oficina de Dança Afro com Evandro Passos - Belo Horizonte das 8H às 10H/ Percussão com Luciano de Jesus - Montes Claros das 10H às 12H 

Programação cultural no Quintal Cel Prates 92 Centro

Apresentações Culturais, Culinária Africana, Moda e Beleza Negra com Desfile de Turbantes e Amarras,Lançamento de Livro, Dança Afro, Capoeira e Comida di Preto.
Contatos: 38 91044369 TIM /38 88460040 OI/ 38 97409883 VIVO


Objetivos das oficinas do FECAN

Oficina de Grafite

GERAL

Contribuição e capacitação na compreensão do desenho e da pintura como meios expressivos, com valores históricos – culturais de importante papel social, assim como utilizar diferentes formas de procedimentos através do uso de materiais próprios do campo plástico a partir da análise da produção artística de rua e seus aspectos semânticos.

ESPECÍFICOS



Promover a utilização e pesquisa de materiais artísticos; desenvolver a sensibilidade e a criatividade dos alunos; Possibilitar uma reflexão crítica dos alunos em busca da construção de um conceito de  Cidadania; Compreender o uso dos elementos básicos da linguagem visual; Identificar os significados expressivos e comunicativos das formas plásticas; Apontar as transformações corridas na sociedade de acordo com sua evolução
Industrial; Enfocar em linhas gerais as diferenças entre graffiti e pichação; Estudar as principais intervenções estéticas de caráter urbano e ambiental; proporcionar, um estudo de desenho, onde será abordado todos os elementos necessários para se chegar a técnica do graffite (estudo de cores e formas por exemplo). Também estará trabalhando o olhar dos participantes da oficina para o seu cotidiano, procurando fazer da oficina um observatório do espaço onde você esteja inserido, a fim de valorizar a identidade local e ajudando na formação de cidadãos participativos.


Oficina de Dança de Rua


Esta oficina visa, não só a difusão da história da dança e seus movimentos, mais também a prática da dança de rua, analisando o processo evolutivo da mesma, realizando vivências paralelas, comparando a dança "contemporânea" com a "primeira" dança a ser praticada. Proporcionando o conhecimento do próprio corpo, ajudando num desenvolvimento motor melhor, possibilitando o aluno obter respostas fisiológicas, psicológicas, que resultarão num melhor desempenho em vida pessoal e profissional. Trabalhando principalmente o respeito mútuo, convivência em grupo, socialização e a formação como cidadão.


Oficina de Turbante

Os turbantes têm origem na África, e os turbantes são usados como e para proteção de ORI (cabeça). Na África a forma de adornar (amarrar) a cabeça tem significados.
Jovens e adolescente utiliza turbantes menores e sem ornamentos, bem discretos, e assim conforme o seu poder maior o seu turbante.
No Brasil é uma resistência do nosso povo para com nossos irmãos africanos e ancestrais. Usados no ILE ASE (casa de candomblé),Blocos afros, afro descendentes Afoxés, E por pessoas iniciadas na Religião de MATRIZ AFRICANA.
Hoje é uma tendência na moda que tem influência em África, e temos visto o uso dos turbantes em diferentes regiões, significando como a estampa africana e seus costumes estão nós influenciando ainda hoje.

Oficina de penteados africanos

Objetivo a valorização e preservação da cultura afro-brasileira, proporcionando através do fazer e do saber, poderemos compreender a identidade cultural de matriz africana no Brasil. O fortalecimento da cultura de matriz africana será desenvolvido não só no período das oficinas, mas durante o ano de 2014 com várias iniciativas nascidas nas edições anteriores do FECAN, que sempre pautou pelo resgate e fortalecimento das manifestações culturais de matriz africana.

Oficina de Mascaras Africana

As Máscaras Africanas foram às protagonistas da arte africana. A máscara representava um disfarce místico com o qual os africanos poderiam absorver forças mágicas dos espíritos e assim utilizá-las em benefício da comunidade: na cura de doenças, em rituais fúnebres, cerimônias de iniciação, casamentos e nascimentos. O trabalho com as máscaras africanas também contribui para o reconhecimento da identidade afro brasileira integrando a memória cultural do nosso país, a oficina visa também oportunizar ao público interessado um encontro com as máscaras africanas, concebidas nas suas dimensões técnicas e representativas desde os princípios fundamentais de concepção até sua utilização como um potente elemento para o trabalho criativo do ator, a oficina não pressupõe nenhum conhecimento prévio ou específico de escultura, mas procura uma flexibilidade nas exigências de pré-requisitos de modo a fomentar um trabalho sério de divulgação de uma técnica pouco explorada e uma troca mútua de experiências.                       

Oficina de Reutilização e Grafismos Indígenas


A intenção desta oficina é propagar a cultura Indígena e seu grafismo, acreditando que seja de grande importância para todos, este conhecimento milenar existente me nosso país. Os indígenas buscam referencias visuais nos elementos da natureza, para a construção dos desenhos nas pinturas corporais. Por tanto, utilizam-se de pigmentos oriundos de vegetais e minerais geralmente encontrados nas regiões onde habitam.
As técnicas decorativas, bem como as suas simbologias encontram no corpo humano um dos seus suportes para a representação estética da arte plástica, que alem de uma manifestação artística, é também um resgistro etnocultural. Essas mesmas observações valem para os padrões encontrados nas pinturas dos utensílios cotidianos, nas indumentárias e nos desenhos do espaço habitacional.
Os aspectos visuais, obtidos através da semiótica apresentada na decoração corporal, remetem-nos à identidade de cada etnia, onde são relatadas as mudanças sociais básicas decorrentes do processo etário, hierarquia, gênero, entre outros. Para estabelecermos relações entre esses diferentes grupos humanos promovendo a interculturalidade, necessitamos de maiores estudos pela gama de informações que eles nos oferecem.
A arte Indígena constitui-se um referencial importante, para os professores que pretendem desenvolver projetos interculturais constituindo-se uma porta de entrada a outras questões, pois nas sociedades Indígenas, a arte está relacionada a todos os outros aspectos da vida social, diferentemente do conceito de arte na nossa sociedade. Assim as pesquisas relacionadas a estética considera as tradições e o contexto histórico-social de cada etnia, desbancando a idéia generalizadora, difundida inclusive nos livros didáticos. A pintura e as manifestações gráficas dos grupos Indígenas brasileiros foram objetos de atenção desde o primeiro século da colonização. Os estudiosos nunca deixaram de registrar-las e de admirá-las, estejam elas presentes nos corpos, nos utensílios, e atualmente também nos papeis, que se apresentam como um novo campo de expressão para os artistas Indígenas.

Oficina de Percussão

Objetivo da oficina é a  interação e resgate da musicalidade ancestral africana promover vivências sonoras com os participantes, possibilitando novas descobertas através dos instrumentos construídos e tocados por eles mesmos, partindo da abordagem eco-sustentável dos recursos existentes na região circundante (bambuzal, bananeiras) e dos materiais específicos fornecidos pelo facilitador; Construir e tocar instrumentos de percussão, experimentando diferentes combinações de timbres e afinações, tendo como repertório tanto improvisações estruturadas como motivos melódicos de inspiração étnica e canções de temáticas voltadas para o dia a dia do aprendiz da percussão.

Oficina de capoeira angola


Os objetivos da oficina de Capoeira Angola é a ampliação do universo cultural acerca da capoeira, valorizando seus aspectos herdados da cultura africana em sua pluralidade de formas adquiridas durante seu processo histórico de criação e recriação na África e no Brasil, traduzindo-se assim, como um importante elemento de resistência da cultura negra. Além disso, a Capoeira Angola contempla os indicativos educacionais no que tange a valorização da diversidade, a formação de identidade e o repúdio a qualquer forma de discriminação.
Sem medo de ser feliz a capoeira angola também contribui com o conhecimento do corpo do praticante, construindo assim a consciência corporal, ela é uma terapia para o corpo e alma