segunda-feira, 24 de novembro de 2014

'Fórum de Debates com Sérgio Rosa

Sérgio Rosa 
Sem sombra de duvidas. Esse ao iniciei aqui no RS um projeto novo. 'Fórum de Debates, Um Sorriso Negro' estou passando por algumas instituições de ensino fundamental, médio e superior. Fomentando o debate, proporcionando um espaço onde todos presentes possam expor suas ideias, opiniões, posições e pontos de vista sobre temáticas relacionadas a negritude. Em três momentos já participaram mais de 1200 pessoas, entre estudantes e professores. Ainda terei mais dois momentos desses nessa semana.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Zumbi dos Palmares e o 20 de Novembro.

Para falar de Zumbi dos Palmares temos que fazer uma volta na linha do tempo e conceituar o período da escravidão.


História da Escravidão: Introdução 

Ao falarmos em escravidão, é difícil não pensar nos portugueses, espanhóis e ingleses que superlotavam os porões de seus navios de negros africanos, colocando-os a venda de forma desumana e cruel por toda a região da América. Sobre este tema, é difícil não nos lembrarmos dos capitães-de-mato que perseguiam os negros que haviam fugido no Brasil, dos Palmares, da Guerra de Secessão dos Estados Unidos, da dedicação e idéias defendidas pelos abolicionistas, e de muitos outros fatos ligados a este assunto. 
Apesar de todas estas citações, a escravidão é bem mais antiga do que o tráfico do povo africano. Ela vem desde os primórdios de nossa história, quando os povos vencidos em batalhas eram escravizados por seus conquistadores. Podemos citar como exemplo os hebreus, que foram vendidos como escravos desde os começos da História.   Muitas civilizações usaram e dependeram do trabalho escravo para a execução de tarefas mais pesadas e rudimentares. Grécia e Roma foi uma delas, estas detinham um grande número de escravos; contudo, muitos de seus escravos eram bem tratados e tiveram a chance de comprar sua liberdade.  

Escravidão no Brasil
No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África  para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de cana de açúcar do Nordeste.
Os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos. O transporte era feito da África para o Brasil nos porões do navios negreiros. Amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lançados ao mar. Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos de roupa e uma alimentação de péssima qualidade. Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) acorrentados para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais comum no Brasil Colônia.
Eram proibidos de praticar sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos. Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, adotar a língua portuguesa na comunicação. Mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se apagar. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representações artísticas e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira.  As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores de engenho utilizassem esta mão-de-obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia  . No Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam tornar-se livres. Porém, as poucas oportunidades e o preconceito da sociedades acabavam fechando as portas para estas pessoas. O negro também reagiu à escravidão, buscando uma vida digna. Foram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando nas florestas os famosos quilombos. Estes, eram comunidades bem organizadas, onde os integrantes viviam em liberdade, através de uma organização comunitária aos moldes do que existia na África. Nos quilombos, podiam praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus rituais religiosos.
O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi dos Palmares. 

Campanha Abolicionista e a Abolição da Escravatura
A partir da metade do século XIX a escravidão no Brasil passou a ser contestada pela Inglaterra. Interessada em ampliar seu mercado consumidor no Brasil e no mundo, o Parlamento Inglês aprovou a Lei Bill Aberdeen (1845), que proibia o tráfico de escravos, dando o poder aos ingleses de abordarem e aprisionarem navios de países que faziam esta prática. Em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas e aprovou a Lei Eusébio de QueirozSomente no final do século XIX é que a escravidão foi mundialmente proibida. Aqui no Brasil, sua abolição se deu em 13 de maio de 1888 com a promulgação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel. 



que acabou com o tráfico negreiro. Em 28 de setembro de 1871 era aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei dos Sexagenários que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.
  
A vida dos negros após a abolição da escravidão
Se a lei deu a liberdade jurídica aos escravos, a realidade foi cruel com muitos deles. Sem moradia, condições econômicas e assistência do Estado, muitos negros passaram por dificuldades após a liberdade. Muitos não conseguiam empregos e sofriam preconceito e discriminação racial. A grande maioria passou a viver em habitações de péssimas condições e a sobreviver de trabalhos informais e temporários.

Você sabia?
- 25 de marco é o Dia Internacional em memória da vítimas da escravidão e do tráfico transatlântico de escravos.

Quilombo dos Palmares

Durante todo o período em que a escravidão foi vigente, os cativos empreenderam formas diversas de escaparem daquela ordem marcada pela repressão e o controle. Dentre as várias manifestações de resistência, os quilombos, também conhecidos como mocambos, funcionavam como comunidades de negros fugidos que conseguiam escapar do controle de seus proprietários. Sendo local de refúgio, os escravos escolhiam localidades de difícil acesso que impedissem uma possível recaptura. Além disso, os quilombos também eram estrategicamente próximos de algumas estradas onde poderiam realizar pequenos assaltos que garantissem a sua sobrevivência. Não sendo abrigo apenas de escravos, os quilombos também abrigavam índios e fugitivos da justiça. Um dos quilombos mais conhecidos da história brasileira foi Palmares, instalado na serra da Barriga, atual região de Alagoas. Com o passar do tempo, Palmares se transformou em uma espécie de confederação, que abrigava os vários quilombos que existiam naquela localidade. Seu crescimento ocorreu principalmente entre as décadas de 1630 e 1650, quando a invasão dos holandeses prejudicou o controle sobre a população escrava. A prosperidade e a capacidade de organização desse imenso quilombo representaram uma séria ameaça para a ordem escravocrata vigente. Não por acaso, vários governos que controlaram a região organizaram expedições que tinham por objetivo estabelecer a destruição definitiva de Palmares. Contudo, os quilombolas resistiram de maneira eficaz e, ao longo de oitenta anos, conseguiram derrotar aproximadamente trinta expedições militares organizadas com este mesmo objetivo. Mediante a resistência daquela população quilombola e não mais suportando a exaustão das derrotas, o governador de Pernambuco, Aires Sousa e Castro, e Ganga Zumba, importante líder palmarino, assinaram o chamado “acordo de 1678” ou “acordo de Recife”. Por esse tratado, o governo pernambucano reconhecia a liberdade de todos os negros nascidos em Palmares e concedia a utilização dos terrenos localizados na região norte de Alagoas. Alguns membros do Quilombo não aceitaram o termo estabelecido por Ganga Zumba, que acabou sendo envenenado por seus opositores quilombolas. A partir de então, o controle de Palmares passou para as mãos de Zumbi, que não aceitava negociar com as autoridades e preferia sustentar a situação de conflito. Com essa opção, estava traçado o caminho que culminaria na destruição deste grande quilombo. Em 1694, sob a liderança do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, as forças oficiais começaram a impor a desarticulação de Palmares. Inicialmente, mesmo ocorrendo a destruição quase definitiva, Zumbi e alguns resistentes fugiram, se organizaram e continuaram lutando. No ano seguinte, Zumbi foi morto e degolado pelos bandeirantes, que enviaram a sua cabeça até Recife como símbolo maior da vitória contra os quilombolas palmarinos. Atualmente, as lideranças do movimento negro brasileiro reverenciam a ação heróica dos palmarinos e prestigiam Zumbi como um símbolo de resistência. No dia 20 de novembro, mesma data em que Zumbi foi morto, é comemorado o Dia da Consciência Negra. Certamente, Palmares demonstra que a hegemonia da ordem escravocrata foi colocada em dúvida por aqueles indivíduos que negaram se subordinar ao status  da época.

O Dia da Consciência Negra

Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi o principal representante da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos dos engenhos, índios e brancos pobres expulsos das fazendas. O Quilombo dos Palmares estava localizado na região da Serra da Barriga, que, atualmente, faz parte do município de União dos Palmares (Alagoas). Na época em que Zumbi era líder, o Quilombo dos Palmares alcançou uma população de aproximadamente trinta mil habitantes. Nos quilombos, os negros viviam livres, de acordo com sua cultura, produzindo tudo o que precisavam para viv Embora tenha nascido livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue ao padre jesuíta católico Antônio Melo, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua portuguesa, latim, álgebra e a religião católica, chegando a ajudar o padre na celebração da missa. Porém, aos 15 anos de idade, fugiu de Porto Calvo para viver no quilombo dos Palmares. Na comunidade, deixou de ser Franciso para ser chamado de Zumbi (que significa aquele que estava morto e reviveu, no dialeto de tribo imbagala de Angola). No ano de 1675, o quilombo é atacado por soldados portugueses. Zumbi ajuda na defesa e destaca-se como um grande guerreiro. Após um batalha sangrenta, os soldados portugueses são obrigados a retirar-se para a cidade de Recife. Três anos após, o governador da província de Pernambuco aproxima-se do líder Ganga Zumba para tentar um acordo, Zumbi coloca-se contra o acordo, pois não admitia a liberdade dos quilombolas, enquanto os negros das fazendas continuariam aprisionados.

Em 1680, com 25 anos de idade, Zumbi torna-se líder do quilombo dos Palmares, comandando a resistência contra as topas do governo. Durante seu “governo” a comunidade cresce e se fortalece, obtendo várias vitórias contra os soldados portugueses. O líder Zumbi mostra grande habilidade no planejamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares.
O bandeirante Domingos Jorge Velho organiza, no ano de 1694, um grande ataque ao Quilombo dos Palmares. Após uma intensa batalha, Macaco, a sede do quilombo, é totalmente destruída. Ferido, Zumbi consegue fugir, porém é traído por um antigo companheiro e entregue as tropas do bandeirante. Aos 40 anos de idade, foi degolado em 20 de novembro de 1695. 

Importância de Zumbi para a História do Brasil 
Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade de culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.


terça-feira, 14 de outubro de 2014

Oficina de Performance Negra exibe curtas

Eduarda Uzêda

Temas como estética, identidade, candomblé e relacionamento homo afetivo integram, entre outros, os cinco curtas-metragens produzidos pelos alunos da II Oficina de Performance Negra, coordenada pelo Bando de Teatro Olodum. Eles serão exibidos, nesta segunda-feira, 13, no Cabaré dos Novos do Teatro Vila Velha, às 19 horas.  A entrada é franca. Os vídeos são resultantes do curso de produção audiovisual ministrado pela cineasta e produtora Maise Xavier e contaram com a participação de 34 alunos  da oficina.
"Os alunos  se apropriaram de todas as etapas de produção de um filme, como a criação do roteiro, produção, gravação - captação de imagens, operação de câmera, de som, microfone, de luz - e edição", informa a cineasta, que participou da  equipe fotográfica da série televisiva Ó, Paí, Ó, exibida em 2009 e 2010, na Rede Globo.      
Resultado satisfatório

"Fiquei feliz com o resultado, pois muitos alunos não tinham nenhuma experiência com o audiovisual" afirma Maise, que   assina a direção geral dos curtas-metragens e a organização da mostra baiana.

Maise, que atua há 25 anos na área, informa que os vídeos  têm, cada um,  cinco a seis minutos de duração. A Herança de Nitorê   conta a história de vida de uma das integrantes do grupo, Antonieta Ribeiro da Silva Neta,  e sua relação com candomblé.  A Espera  aborda um relacionamento homo afetivo entre duas mulheres.

Estética e identidade
Já o vídeo  Invisível mostra um dia na vida de um morador de rua.  A discussão sobre estética e identidade negras é o tema de  Que Cabelo é Esse?. Reciprocidade expõe divergências entre um jovem casal durante o namoro.
Uma das participantes da produção audiovisual   A Herança de Nitorê,  a mineira Taimara Liz, achou muito rico o processo. "Não tinha idéia, por exemplo, de quanto uma gravação visual era trabalhosa", afirma.
Sulivã Bispo, que integrou a equipe de Que Cabelo é Esse?, afirmou que o vídeo parte de uma interrogação (preconceituosa) de muitas pessoas sobre o cabelo de estética afro. 
Programe-se
O quê: II Oficina de Performance Negra
Quando: Segunda feira, 13,  às 19h
Onde: Cabaré dos Novos do Teatro Vila Velha (Av. Sete de Setembro, Passeio Público)
Quanto: Grátis

Informações: (71) 3086-4600

sábado, 23 de agosto de 2014

II ª MARCHA NACIONAL CONTRA O GENOCÍDIO DO POVO NEGRO

Essa Marcha é por nós e para nós mesmos. É para celebrar a luta dos nossos antepassados que lutaram contra a escravidão. É para as mulheres que perderam seus ­lhos. É para o irmão que volta do trabalho, da escola ou do role, mas pelo fato de ser negro, tem que provar que é trabalhador muitas vezes para não morrer. É para os irmãos e irmãs presos na cela fria, sem advogados, humilhados pela justiça e torturados pelos agentes penitenciários. É para todas as crianças e jovens que são discriminadas na escola pela cor da sua pele, seu nariz ou pelo seu cabelo. Essa Marcha é para denunciar que o Estado Brasileiro é racista e genocida. Você sabe o que é genocídio? A palavra genocídio significa extinção física de uma raça ou etnia, (como ocorreu com o povo indígena no Brasil e

com o que vêm ocorrendo com o povo palestino. Em outras palavras, é uma política de Estado que promove o extermínio de um povo. Genocídio também é a submissão de um grupo a condições de existência que podem ocasionar a sua destruição total ou parcial. 
No Brasil, as mortes causadas pelo aparato do Estado como as chacinas ocorridas nas periferias, as péssimas condições de vida e as mortes por falta de atendimento médico (parto mal sucedido, por enfarto, mioma ou câncer, dependente químico sem tratamento adequado), e­m, a cada corpo negro estendido no chão, temos aí, o genocídio. Nos últimos 10 anos quase 500 mil jovens negros foram assassinados por armas de fogo. O extermínio em massa da nossa juventude é marca mais perversa do genocídio do povo negro no Brasil. Não podemos mais nos calar. 
O povo negro exige mais que respeito, exige futuro!Essa Marcha é por nós e para nós mesmos. É para celebrar a luta dos nossos antepassados que lutaram contra a escravidão. É para as mulheres que perderam seus ­lhos. É para o irmão que volta do trabalho, da escola ou do role mas pelo fato de ser negro, tem que provar que é trabalhador muitas vezes para não morrer. É para os irmãos e irmãs presos na cela fria, sem advogados, humilhados pela justiça e torturados pelos agentes penitenciários. É para todas as crianças e jovens que são discriminadas na escola pela cor da sua pele, seu nariz ou pelo seu cabelo. 
Essa Marcha é para denunciar que o Estado Brasileiro é racista e genocida. Você sabe o que é genocídio? A palavra genocídio significa extinção física de uma raça ou etnia, (como ocorreu com o povo indígena no Brasil e com o que vêm ocorrendo com o povo palestino. Em outras palavras, é uma política de Estado que promove o extermínio de um povo. Genocídio também é a submissão de um grupo a condições de existência que podem ocasionar a sua destruição total ou parcial. No Brasil, as mortes causadas pelo aparato do Estado como as chacinas ocorridas nas periferias, as péssimas condições de vida e as mortes por falta de atendimento médico (parto mal sucedido, por enfarto, mioma ou câncer, dependente químico sem tratamento adequado), em, a cada corpo negro estendido no chão, temos aí, o genocídio. Nos últimos 10 anos quase 500 mil jovens negros foram assassinados por armas de fogo. O extermínio em massa da nossa juventude é marca mais perversa do genocídio do povo negro no Brasil. Não podemos mais nos calar. O povo negro exige mais que respeito, exige futuro!


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Declaração do Encontro Nacional de Mulheres da UNEGRO - Carta de Vitória


Reunidas no Encontro Nacional de Mulheres da UNEGRO, realizado de 25 a 27 de julho, em Vitória/ES, dando continuidade à efetiva inserção nas lutas das mulheres negras, cujas diretrizes foram aprovadas no “I Colóquio Internacional de Mulheres Negras na Geopolítica” realizado em novembro de 2008 na cidade de Salvador/BA, declaramos que o evento ocorre num ano eleitoral carregado de simbolismo, pois o povo brasileiro avaliará a primeira experiência de um mandato presidencial encabeçado por uma mulher. Não se trata de qualquer mulher, mas uma Presidenta que teve apoio da UNEGRO e da maioria do Movimento Negro Brasileiro por representar a continuidade do Governo Lula, guardar profundas convicções progressistas, sensibilidade e determinação em combater, com os meios de que dispõe, a desigualdade sociopolítica entre homens e mulheres. Diante disso, além do necessário debate sobre políticas públicas de enfrentamento á violência, desigualdade salarial, mortalidade materna, inobservância de direitos sexuais e reprodutivos, tráfico de mulheres e escravidão sexual, dentre outros agravos decorrentes do patriarcado, do machismo e do racismo, faz-se necessário avaliar as condições em que estão inseridas e propor medidas que contribuam com a ascensão de mulheres, em especial as negras, em espaços de poder e supere a sub-representação nos parlamentos, executivos e nas altas instâncias judiciárias.
Sempre quando se refere à base socioeconômica da população brasileira está se falando em maioria de negras e negros; por isso, as políticas sociais empreendidas pelo Governo Federal estão beneficiando diretamente as mulheres negras, exemplos como o Programa Bolsa Família e o Programa de Habitação Popular Minha Casa, Minha Vida, em que o cartão do banco vai direto às mãos das beneficiárias e a habitação registrada no nome da mulher, têm influenciado as relações de gênero nos estratos mais pobres da população, na medida em que fortalecem as titulares dos benefícios livrando-as da dependência que a submete na relação. Outra iniciativa importante que impactou positivamente sobre as condições materiais e simbólicas das mulheres negras foi a PEC das Empregadas Domesticas, pois resgatou 



direitos trabalhistas universalizados e consolidados aos trabalhadores desde o governo de Getúlio Vargas na primeira metade do século passado. Além de permitir o exercício da cidadania negada desde 13 de maio de 1888. Setores reacionários da classe média brasileira estão indignados com a nova Lei, após a PEC ser sancionada as trabalhadoras domésticas adquiriram um poder inimaginável para as mentalidades reacionárias, ou seja, o poder de negociar as condições que venderá sua força de trabalho – Para os racistas, tal possibilidade significa um atrevimento inaceitável, quanto que para o Movimento Negro trata-se de mais um resquício da escravidão enterrado a partir da luta protagonizada por mulheres negras. As políticas de ações afirmativas voltadas a população negra, mais destacadamente as políticas de inclusão no Ensino Superior, têm beneficiado assertivamente as mulheres negras. Dados indicam evolução da presença de jovens negras no Ensino Superior, de 15% a 21%, entre 2003 e 2009. Na educação é possível encontrar os mais alvissareiros registros do sucesso das políticas de igualdade racial do atual governo e da efetiva incorporação de mulheres negras. As políticas, programas e projetos sociais que atendem a prioridade de Lula e Dilma e as políticas focadas na população negra são emblemáticas na diferença de governos comprometidos com o povo e os que governam segundo os interesses dos mais ricos, por isso considerarmos que o Governo Dilma foi positivo ao país, para as mulheres negras e ao povo, no entanto, há muito que ser feito no sentido de criar condições para emancipar da pobreza, do machismo, do racismo, da discriminação e do preconceito as 50 milhões de mulheres negras, correspondentes a mais de um quarto da população brasileira.
Nas questões estruturantes que definem as condições e qualidade de vida, apesar dos vários esforços, governos e sociedade não têm se empenhado o suficiente para criar caminhos capazes de dar às mulheres negras oportunidades de saírem das margens, elas acumulam desvantagens de várias ordens em relação aos homens brancos, mulheres brancas e homens negros. A expectativa de vida das negras é mais reduzida, dados indicam que 10,3% das mulheres negras atingem 60 anos, enquanto as brancas são 14%. Sabemos que acesso a saúde, saneamento básico, educação, trabalho digno, alimentação adequada, dentre outras, são condicionantes de longevidade. Das famílias chefiadas por mulheres, 51,1% são negras, apenas 4,5% delas vivem sozinhas, a maioria é mulher com filho e casal sem filho (55,2% e 52,4% respectivamente), dessas 69% sobrevivem com renda familiar até um salário mínimo, esses fatores são indicadores de maior concentração de pobreza e fragilidades, que se retroalimentam. Somente com medidas de fortalecimento educacional e econômico será possível que essas famílias saiam do círculo vicioso da marginalidade.As assimetrias se agudizam quando se trata da participação na renda e riqueza nacional, e no mercado de trabalho; apesar do aumento médio em suas rendas as mulheres negras continuam na base socioeconômica da população brasileira, recebem, de acordo om o IPEA, 51% da média salarial das mulheres brancas mesmo em atividades iguais. Nas questões de violações de direitos pela violência os dados também confirmam a maior vulnerabilidade das mulheres negras. No Brasil, no período de 2001 a 2011, estima-se que ocorreram mais de 50 mil homicídios de mulheres, o que equivale a quase 5.000 mortes por ano, parte destes óbitos foram decorrentes de violência doméstica e familiar contra a mulher, uma vez que um terço deles tiveram o domicílio como local de ocorrência. Cerca de 61% dos óbitos foram de mulheres negras, que foram as principais vítimas em todas as regiões, à exceção da Sul. O Brasil assiste em silêncio um hediondo feminicídio. Nesse período as mulheres jovens foram também as principais vítimas: 31% estavam na faixa etária de 20 a 29 anos e 23% de 30 a 39 anos. Mais da metade dos óbitos (54%) foram de mulheres de 20 a 39 anos. As principais vítimas da violência homofóbica/lesbofóbica/transfóbica são adolescentes e jovens de 15 a 29 anos de idade (47,1%), sendo 16% adolescentes entre 15 e 18 anos, e 31,1% jovens de 19 a 29 anos de idade. No critério raça/cor, a população negra e parda também aparece no topo da lista das vítimas: 51,1% das vítimas são negras e 44,5% brancas. Conforme dados da OMS/OPAS.Na atenção a saúde das mulheres negras o racismo institucional acentua a precarização do atendimento, estereótipos racistas orientam posturas profissionais, por isso, as mulheres negras recebem atenção desigual no sistema de saúde, são as menos examinadas nas consultas médicas, menos anestesiadas e as maiores vítimas de morte por causas evitáveis (90% das mortes). Em relação ao campo da representação política o racismo se explicita sem nenhuma cerimônia, a população brasileira é composta de 50,6% de negras e negros, entretanto, nos parlamentos (Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e Distritais) é de apenas 8,9%, conforme Balanço do Voto Étnico Negrorealizado pela UNEGRO nas eleições de 2006 a 2010. Nos 40 Ministérios apenas o da Igualdade Racial a titular é negra; dentre as 50 maiores estatais nenhuma é presidida por mulher ou homem negro. Apesar de Dilma ter aumentado a presença de mulheres nos altos escalões da República, mas não incorporou, nessa correta medida as mulheres negras. Há apenas uma Senadora negra num universo de 81 senadores, 1,2% do total; dos 513 Deputados Federais apenas 04 são mulheres negras, ou seja, 0,8% da Câmara dos Deputados.Para UNEGRO, a maior distorção da democracia brasileira se dá no campo da representação política, daí a necessidade de reformas no sistema político, mais destacadamente a reforma política. Defendemos uma reforma que democratize a nação, incorpore o povo, fortaleça as instituições partidárias, garanta a presença de mulheres e negras nas listas partidárias. Para isso somaremos aos esforços dos movimentos sociais que crescentemente têm pautado a reforma política. Além da reforma política será necessário um processo de convencimento da população negra visando maior participação política e consciência que a responsabilidade inicial de ascender negras e negros no poder não pode ser delegada a segundos.Consideramos que as forças políticas que atualmente governam o país são as únicas com condições de assumir novos compromissos com a população negra com vista a superar a dívida histórica que a nação tem com as mulheres negras. Por isso, defendemos a continuidade de Dilma Rousseff na Presidência da República com a certeza que aprofundará a mudança.Apoiamos Dilma por: - Ampliar as políticas públicas, aprofundando as transformações na educação brasileira, utilizando os 10% do PIB e executando as metas previstas no PNE visando garantir educação de qualidade a todas as brasileiras e brasileiros, com professoras bem formadas e bem pagas, políticas efetivas de permanência com universalização das bolsas, ambiente saudável nas escolas bem equipadas, reconhecimento dos estudantes como sujeitos do processo de aprendizagem, revolução curricular e efetiva implementação da lei 10.639/03 e uma educação libertadora que supere e desconstrua os estereótipos de gênero, raciais, geracionais e de orientação sexual;
- Implementar uma Política de Trabalho Decente voltada às mulheres negras, buscando enfrentar estereótipos racistas persistentes no mundo do trabalho, garantir salário igual para trabalho igual, enfrentar o desemprego, subemprego e precarização das condições de trabalho das mulheres negras, permitir condições de conciliação trabalho-estudo-vida familiar;- Pela imediata regulamentação do trabalho doméstico no Brasil, reconhecendo os direitos dessas trabalhadoras, qualificando a Justiça do Trabalho a conscientizar a população e combater quaisquer desrespeitos aos seus direitos; 
- Aprovação da Reforma Política que combata o financiamento privado das campanhas, incorpore as demandas populares, fortaleça as instituições partidárias, garanta a presença de mulheres e negras nas listas partidárias;
- Universalização das creches públicas, sobretudo nas periferias de todas as cidades brasileiras, e ampliação da educação em tempo integral visando oportunizar às crianças e jovens negras e negros maior qualidade e oportunidades de qualificação educacional;
- Promoção de políticas públicas voltadas à qualificação das mulheres negras nas áreas de tecnologia de ponta e de produção científica estratégicas ao país;
- Ampliação das campanhas de combate à violência doméstica intrafamiliar, assédio moral e sexual e das ações do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres de modo que ela proteja a vida das mulheres negras e eduquem a nossa sociedade outra forma de relação com as mulheres;
- Pela ampliação das políticas voltadas à garantia da vida e à promoção de seus direitos por meio do acesso às políticas de desenvolvimento, autonomia e emancipação de jovens homens e mulheres negras, vitimados pelo genocídio da juventude negra;
- Pelo fortalecimento do SUS, implantação da política integral da população negra, combate ao racismo institucional na saúde, humanização no atendimento, implantação do quesito cor em todos os documentos e sistema de informação do SUS.
- Pela reformas democráticas: meios de comunicação, urbana, rural, judiciária e tributária;
- Pelo enfrentamento e superação de toda forma de racismo e sexismo institucionais;
- Por financiamento a políticas públicas voltadas a cultura e comunicação que contribuam para a desconstrução de esterótipos racistas, sexistas e lesbofóbicos, e que tenham nas mulheres negras as protagonistas dessas ações.
Por fim queremos convocar todas as Uunegrinas a fortalecer as articulações e protagonismo político do Fórum Nacional de Mulheres Negras, e suas seções estaduais, pois acreditamos que este é um espaço privilegiado de debate e articulações políticas visando a organização coletiva e a incidência política das mulheres negras nos temas da agenda nacional. Nesse esteio consideramos que ao lado da participação no processo eleitoral também seja uma prioridade para as mulheres unegrinas a construção da I Marcha Nacional das Mulheres Negras contra o racismo e a violência e pelo bem viver a ser realizada em 13 de maio de 2015 em Brasília e que já estão sendo montados e articulados Comitês em todo o Brasil.
Vitória/ES de 25 a 27 de julho de 2014
UNEGRO- União de Negros Pela Igualdade
www.unegro.org.br

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Segundo a Justiça Brasileira, Candomblé e Umbanda não são religiões.

E A HISTÓRIA CONTINUA
O fato é sabido. Segundo a Justiça Brasileira, Candomblé e Umbanda não são religiões. O que são? Bom... São alguma coisa, mas não religião. Religião não.  A Justiça Federal poderia ter dado grande contribuição na luta por cidadania e respeito, além de diversidade religiosa. Não o fez. Ao invés disso, expôs uma herança escravocrata e altamente preconceituosa, injusta como toda atitude preconceituosa, ao negar que os cultos afro-brasileiros sejam verdadeiras religiões. A decisão pela não classificação e enquadramento dos mesmos, só fortalece a violência, a perseguição e o fomento a intolerância, mas bem do jeitinho brasileiro.

Segundo N. Birbaum, referido no Dicionário de Ciências Sociais publicado pela Fundação Getúlio Vargas, em 1986, a religião é definida como: um conjunto de crença, prática e organização sistematizadas, compreendendo uma ideia que se manifesta no comportamento dos seguidores. Dessa conceituação decorre aferirmos que toda religião se define, em princípio, por um culto prestado a uma ou mais divindades; pela crença no poder desses seres ou forças cultuados; uma liturgia, expressa no comportamento ritual; e finalmente pela existência de uma hierarquia sacerdotal.

O Candomblé e a Umbanda são religiões, e muito mais do que isso. Numa perspectiva mais abrangente, podemos afirmar, inclusive, que a história do Brasil passa pelos terreiros, pela riqueza de suas narrativas coloridas e musicais, por seus batuques, pela luta contra o racismo e pela resistência de milhões de africanos, e de seus filhos e filhas de santo.

Não é o monoteísmo que caracteriza uma religião. Se assim fosse, as religiões orientais como o hinduísmo, o taoísmo e etc., não seriam como tal consideradas. E se o monoteísmo não é critério, muito menos ainda, a exigência pífia de as práticas religiosas serem ou não baseadas em textos escritos, serem religiões de livros. A esse propósito, inclusive, o historiador nigeriano I.A. Akinjogbin, em artigo na coletânea Le concept de pouvoir em Afrique (Paris, Unesco, 1981), assim se manifestou: “O conhecimento livresco tem um valor formal e importado, enquanto o saber informal é adquirido pela experiência direta ou indireta. Os conhecimentos livrescos não conferem sabedoria (…) O ensinamento tradicional deve estar unido à experiência e integrado à vida, até porque há coisas que não podem ser explicadas, apenas experimentadas e vividas”. Qualquer pessoa sensata entenderia, lendo apenas isso, que, embora enquanto instituição se exijam estatutos e regras de qualquer pessoa jurídica, no nível da vivência, fundamental é a experiência, e nada a substitui ou exime.

Há pouco tempo, a polícia invadia os espaços sagrados afro-brasileiros, destruía, agredia e prendia seus adeptos, mas o povo de santo resistiu. A caça às bruxas, porém, não terminou. Antes, foi reinventada em tracejados modernos, repintura de um passado que não podemos deixar abandonado no silêncio omisso de um pacifismo covarde. Hoje, nos deparamos com uma sentença judicial escandalosa, que dá fôlego a discursos de ódio e ao fundamentalismo religioso, sempre imperioso, silenciosamente voraz, como um câncer que não se cura, na sociedade dita, da pluralidade. Mas o povo de santo resistirá, porque a história dos terreiros é a história da resistência. Aliás, estamos acostumados à guerra, inclusive psicológica.

Onde esta a proteção constitucional da carta maior deste estado-nação Brasil, que assim enuncia: “O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional”? Acaso o artigo 215, parágrafo 1º da Constituição caiu em desuso? Sentencia uma conhecida máxima: livros e papeis aceitam tudo. É fato. Quem o pode duvidar? Ao menos no Brasil, algumas leis têm força enquanto literatura jurídica. Não passam de objeto de estudo de juristas, gurus iluminados, que decidem tudo do alto de sua sabedoria abstrativa e, muitas vezes, dissociada da concretude da realidade, onde a vida, de fato, se dá.

Para entender uma religião afro-brasileira, deve-se primeiramente entender todo um processo de alteridade e um sistema cultural próprio, para saber que para o africano a oralidade está acima da escrita, mas isso não nega ou desqualifica a condição religiosa do negro ou do afrodescendente. O Estado brasileiro, cada vez mais sufocado pelo poder judiciário, que ameaça engolir os demais poderes, teria competência prática para determinar aos brasileiros, o que eles podem ou não acreditar, no nível da vivência e convicção pessoal? Parece acreditar poder. Disseram para uma parcela considerável de filhos desta Nação: vocês não são o que pensam que são. Então o que somos? Será se ousam responder, ou sabem?

O Professor e Hipnólogo Wallace Sousa

Formado em Filosofia, Teologia, Hipnose Clínica e Graduando em Ciências da Religião. Trabalha como professor no projeto UNIAFRO da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, com o curso de Formação Continuada para Professores da Educação Básica sobre as Relações Étnico-raciais e o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

domingo, 1 de junho de 2014

A Argélia está localizada no litoral norte da África.

Capital: Argel Extensão Territorial: 2.381.741 Km2 Clima: Árido Subtropical 
População (2009): 34.895.470 habitantes Densidade demográfica: 14,6 hab/Km2
Idioma: Árabe e berbere (oficiais), francês Religião: Islamismo 96,7%, sem religião 3%, cristianismo 0,3% Moeda: Dinar argelino IDH: 0,677Total do PIB (2007): 132.452 milhões de US$ Esperança de vida ao nascer: 72 anos.
A Argélia está localizada no litoral norte da África, é banhada pelo Mediterrâneo. Faz fronteira com a Tunísia, Líbia, Níger, Mali, Mauritânia, Saara Ocidental e Marrocos. É o segundo maior país em extensão territorial do continente africano, atrás apenas do Sudão.
O território foi habitado primeiramente pelos berberes, em seguida foi ocupado e incorporado por diversos povos e impérios, entre eles se destacam os fenícios, cartagineses, romanos, vândalos, bizantinos e árabes.  Em 1830 a França invadiu a Argélia, com a intenção de dominar o seu litoral. Em 1857 ocorreu a dominação definitiva dos franceses no território argelino. A luta pela independência se intensificou principalmente após a II Guerra Mundial, com o levante popular de 1945, porém eles foram reprimidos com muita violência por parte dos franceses. 
A FLN (Frente de Libertação Nacional) foi organizada em 1954, e deu início a uma luta armada contra a dominação da França. Somente em 1962 os franceses reconheceram a independência da Argélia. Cerca de 1 milhão de franceses deixaram o país em direção à França. A Argélia passou a ser governada no mesmo ano por Ahmed Bem Bella, representante da Frente de Libertação Nacional, único partido político do país. 
Somente em 1989 foi aceito o multipartidarismo, esse fato ocorreu devido aos protestos da população, que resultou numa reforma constitucional que acabou com o regime de partido único. Criou-se a FIS (Frente de Libertação Islâmica), principal organização oposicionista da Frente de Libertação Nacional. A eleição presidencial de 1991 foi vencida pelo representante da Frente de Libertação Islâmica, Bendjedid. No entanto, em 1992 ocorreu um golpe militar que forçou Bendjedid a renunciar o cargo. 
Em 2009, Abdelaziz Bouteflika foi eleito presidente da Argélia pela terceira vez, acusações de irregularidades na disputa eleitoral foram feitas pela mídia e oposição.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Costa do Marfim.

Localizada na porção oeste do continente africano, a Costa do Marfim faz limites com Mali e Burkina Faso a norte; Gana a leste; Libéria e Guiné a oeste, e é banhado pelo Oceano Atlântico ao sul. O nome da Costa do Marfim foi dado pelos portugueses, sendo uma referência ao grande número de elefantes que existia na região na época colonial.
O país obteve sua independência no dia 7 de agosto de 1960. A Costa do Marfim é uma das nações mais prósperas do oeste africano, isso se deve ao desenvolvimento agrícola, principalmente a produção de café e cacau (o país é o maior produtor de cacau do mundo). Também se destaca a indústria alimentícia, têxtil, a exploração de petróleo e gás natural, além da extração de diamantes. Atualmente, convivem no território marfinense mais de 60 grupos étnicos, esse fato contribui bastante para a diversidade cultural do país, no entanto, gera conflitos entre os diferentes grupos étnicos.
Dados da Costa do Marfim: Extensão territorial: 322.463 km².Localização: África.
Capital: Abidjan.Clima: Subequatorial de floresta ao sul, tropical úmido a noroeste, tropical seco a nordeste. Governo: República presidencialista.Presidente: Laurent Gbagbo. Divisão administrativa: 19 regiões subdivididas em departamentos.
Idioma: Francês.Religião: Crenças tradicionais 37,6%, cristianismo 31,8% (católicos 14,8%, independentes 9,3%, outros 7,7%), islamismo 30,1%, sem religião 0,2%, outras 0,3%.População: 21.075.010 habitantes. (Homens: 10.733.376; Mulheres: 10.341.634).
Composição Étnica: Bauleses 23%, betes 18%, senufos 15%, mandingas 11%, outros 33%.Densidade demográfica: 58 hab/km².Taxa média anual de crescimento populacional: 1,73%.População residente em área urbana: 49,49%.População residente em área rural: 50,51%.População subnutrida: 14%.Esperança de vida ao nascer: 47,7 anos. Domicílios com acesso a água potável: 81%.Domicílios com acesso a rede sanitária: 24%.Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,397 (baixo).
Moeda: Franco CFA.Produto Interno Bruto (PIB): 20.650 milhões de US$.PIB per capita: 1.072 de US$.Relações exteriores: Banco Mundial, FMI, OMC, ONU, UA.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Um pouco sobre Camarões.

Localizada na costa oeste da África e banhada pelo golfo da Guiné, a República de Camarões é uma das nações que apresenta maior diversidade cultural do continente africano, esse fato ocorre em razão da presença de diferentes grupos étnicos no território camaronês (são aproximadamente 230 grupos étnicos, que falam 250 línguas e dialetos nativos). A nomenclatura do país, Camarões, foi criada pelo navegador Fernando Pó, no século XV, em virtude do Rio dos Camarões. A independência de Camarões só foi obtida em 1° de janeiro de 1960, após o país ter sido colônia da França e Inglaterra ao término da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Mais de 40% do território é coberto por floretas tropicais. No norte, onde predominam as savanas, o clima tropical é seco, tornando-se árido nas proximidades do lago Chade. No oeste, há formações montanhosas de origem vulcânica, cujo ápice é o monte Camarões (4,1 mil metros), um dos mais altos da África Central. A disputa territorial com a Nigéria pela península de Bakassi provoca conflitos de fronteira desde os anos de 1990.
Dados de Camarões: Extensão territorial: 475.442 km². Localização: África.Capital: Laundê. Clima: Tropical (ao norte) e Equatorial (ao sul).Governo: República presidencialista. Divisão administrativa: 10 províncias. Idiomas: Francês e inglês (oficiais), principais línguas regionais: fang, balimequê, duala. Religião: Cristianismo 54,2% (católicos 26,5%, protestantes 20,7%, outros 7%), crenças tradicionais 23,7%, Islamismo 21,2%, sem religião e ateísmo 0,4%, Bahaísmo 0,4%. População: 19.521.645 habitantes. (Homens: 9.758.751; Mulheres: 9.762.894). Composição Étnica: Camarões 31%, bantos 19%, quirdis 11%, fulanis 10%, outros grupos étnicos autóctones 29%.Densidade demográfica: 37 hab/km². Taxa média anual de crescimento populacional: 2,3%. População residente em área urbana: 57,6%. População residente em área rural: 42,4%. População subnutrida: 23%. Esperança de vida ao nascer: 50 anos. Domicílios com acesso a água potável: 70%. Domicílios com acesso a rede sanitária: 51%. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,460 (baixo).
Moeda: Franco CFA. Produto Interno Bruto (PIB): 20.606 milhões de US$. 
PIB per capita: 1.111 de US$. 
Relações exteriores: Banco Mundial, Comunidade Britânica, FMI, OMC, ONU, UA.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Camarões é um país africano que apresenta grande diversidade étnica.


Camarões é um país africano que apresenta grande diversidade étnica – cerca de 230 grupos étnicos diferentes, os quais falam 250 dialetos. Seu território possui 475.442 quilômetros quadrados, limitando-se com a Guiné Equatorial e com o Gabão (ao sul), Congo (a sudeste), República Centro-Africana (a leste), Chade (a nordeste), Nigéria (a oeste) e com o Golfo da Guiné (a sudoeste). A capital nacional é a cidade de Laundê.

O território que atualmente corresponde a Camarões foi ocupado, em 1884, pelos alemães. Durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), tropas da França e da Inglaterra invadiram o país, sendo que os franceses se apropriaram de 75% do território camaronês, e os ingleses ficaram com os 25% restantes.
Os movimentos de independência prolongaram-se durante todo o século XX, e somente no dia 1° de janeiro de 1960 Camarões se tornou um país independente.
As florestas tropicais cobrem mais de 40% do território, sendo que na porção norte há o predomínio das savanas. O clima do país varia conforme a região: tropical (ao norte) e equatorial (ao sul). Camarões possui formações rochosas de origem vulcânicas, cujo ápice é o Monte Camarões (4,1 mil metros), um dos mais altos da África Central.
A população de Camarões totaliza 19.521.645 habitantes, considerado como um dos países mais populosos da África.
A densidade demográfica é de 40 habitantes por quilômetro quadrado e o crescimento demográfico é de 2,3% ao ano.
A população residente em área urbana corresponde a 57% e a população rural soma 43%. Os idiomas oficiais são representados pelo francês e o inglês.
Camarões, assim como outras nações da África Subsaariana, apresenta vários problemas socioeconômicos.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de apenas 0,460; a esperança de vida ao nascer é de 50 anos. A subnutrição atinge 23% dos habitantes; a taxa de mortalidade infantil é uma das mais altas do mundo: 85 óbitos a cada mil nascidos vivos.
O analfabetismo também apresenta índices elevados: 32%.
A economia camaronense é pouco desenvolvida.
A agricultura baseia-se no cultivo de algodão, café, mandioca, milho, cacau e sorgo.
A pecuária e a pesca são outras atividades importantes.
O petróleo e o calcário são as principais riquezas naturais.
A indústria, por sua vez, atua nos seguintes segmentos: alimentício, de bebidas, madeireiro e petrolífero.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país atingiu a marca de 23,4 bilhões de dólares em 2009. 
A moeda é o Franco CFA.


A República Federal da Nigéria

Nigéria
Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia (Equipe Brasil Escola)

A República Federal da Nigéria está localizada no continente africano e possui uma grande riqueza em recursos naturais. Essa nação possui o maior contingente populacional do continente. Debaixo do subsolo nigeriano existe uma enorme reserva de petróleo, no entanto, isso de nada favorece a população que enfrenta uma série de mazelas sociais. Muitas vezes, o dinheiro tem destinos ilícitos, como o desvio de verbas e a prática da corrupção, dessa forma, os habitantes não são beneficiados com a arrecadação da receita. A configuração da cidade de Lagos, uma das maiores da Nigéria, é caracterizada por uma grande aglomeração de pessoas que convivem com o desprovimento de serviços públicos de infraestrutura (moradia, alimentação, saúde, educação, renda, entre muitos outros), e isso tende só a piorar, uma vez que existem altos índices de crescimento demográfico. Lagos ocupa um lugar de destaque entre as cidades da Nigéria, embora tenha perdido, em 1991, a condição de capital do país para a cidade de Abuja. Estima-se que a população da Nigéria totaliza, aproximadamente, 154,7 milhões de habitantes, no subsolo nacional encontra-se uma das maiores reservas de minério fóssil do mundo, são cerca de 1 milhão de quilômetros quadrados. Parece que essa imensa riqueza não consegue atingir a pobreza com a qual seus habitantes convivem, o país está entre os piores em qualidade de vida e um dos primeiros em níveis de pobreza.

Características climáticas da Nigéria
O clima predominante no território nigeriano sofre influências diretas dos efeitos provocados pela maritimidade. Nas áreas próximas ao litoral sul a temperatura máxima é de 32ºC, composta por uma alta umidade relativa do ar e índices pluviométricos relativamente elevados e bem distribuídos durante todo o ano. No centro do país o período chuvoso ocorre de abril a outubro, já a época da seca desenvolve de novembro a março, nessa as temperaturas são elevadas e podem superar os 38ºC. Ao norte, a seca permanece por um período maior, cerca de oito meses, fenômeno provocado pela influência dos ventos secos e quentes originados no Deserto do Saara.

Economia da Nigéria
A economia nigeriana era baseada na produção agropecuária, principalmente no cultivo de cacau, café, amendoim, banana e azeite de dendê, todos com finalidade de exportação. A produção de alimentos não acompanhou o crescimento populacional, então o país recorreu à importação para suprir as necessidades internas. O país possui jazidas de diversos minérios, mas o principal é o petróleo, esse recurso mineral responde, atualmente, por 20% do Produto Interno Bruto, 95% das exportações e 80% da receita nacional. O setor industrial ainda é discreto, mas as empresas já existentes e atuam, principalmente, no segmento de bebidas, fumo, equipamentos de transporte e automóveis, produtos químicos, têxteis e alimentos, o parque industrial nigeriano está localizado nas cidades litorâneas.

Informações gerais sobre a Nigéria: 
Área: 923.768 km2. Capital: Abuja.
Idioma: Inglês como oficial, além de outros praticados, como haussá, ibo e ioruba.
 
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,423 (baixo).
Religião: 40% cristianismo, 50% Islamismo, 10% religiões diversas.
Moeda: Naira.


domingo, 11 de maio de 2014

‘Consumo étnico’ aquece negócios entre empreendedores negros.

alt
Especializada em penteados
afro,
Chris tem público masculino
forte que curte dreads e tranças
Cris Olivette
A fundadora da Cia. das Tranças,
Chris Oliveira, era produtora de moda antes de criar um salão especializado em cabelo de pessoas negras. “Não gostava do atendimento que recebia nos salões e passei a cuidar sozinha de meu cabelo.”
O resultado foi tão bom que as pessoas começaram a elogiar e a perguntar quem cuidava de seus cachos. “No início, fiz alguns cabelos por hobby. Nesse processo, vi que muitas pessoas tinham a mesma infelicidade que eu, por não encontrar bons salões. Usei as críticas a meu favor e criei um salão como sempre sonhei encontrar.”
Após 12 anos, Chris comanda uma equipe com 13 profissionais. “Há dois anos cuido só da gestão da empresa, e tem sido ótimo porque nesse período o negócio cresceu 50%.” Ela diz que 80% de seu público é de mulheres. “Em relação a dreads e tranças, tenho um público masculino forte.” Chris diz que não são só negros que buscam penteados afro. “Recebemos japonesas, loiras, mas é claro que negros representam 80%.”
A atividade de Chris, engrossa o estudo que aponta crescimento de 29% no empreendedorismo entre negros, ocorrido em uma década. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra em Domicílios (PNAD), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que considerou o período entre 2001 a 2011. Segundo o estudo, o empreendedorismo entre negros passou de 43% para 49%.
O consultor de marketing do Sebrae-SP Marcelo Sinelli pondera, entretanto, que o que cresceu muito, na verdade, foi o número de pessoas que se declaram negras. “Para o IBGE, o critério que define se uma pessoa é negra ou não é a autodeclaração. É provável, que muitos já fossem empreendedores, mas não se declaravam negros.”
altSinelli diz que as transformações ocorridas na sociedade brasileira nos últimos 20 anos contribuíram para a mudança de postura. “Está tudo atrelado. O crescimento do orgulho de ser negro, a ascensão social das classes C e D, e o aumento do acesso à informação abriram uma série de oportunidades, estimulando negócios específicos, que podemos chamar de consumo étnico.”

Ana Paula (à esq.) e Cristina investem na cultura africana
A sócia da Xongani, Ana Paula Xongani (foto na capa), está entre os que privilegiam
o consumo étnico. “Assim como outros negócios voltados ao público negro, a Xongani nasceu para cobrir uma lacuna. Não havia no mercado acessórios que valorizassem a cultura africana.”
Cristina, sócia e mãe de Ana Paula, afirma que a profissionalização da marca veio a partir da demanda. “Tudo foi concebido para atender as necessidades das mulheres da família. Com o tempo, recebemos encomendas e o negócio cresceu.”
Hoje, após quatro anos de mercado, a Xongani produz 26 itens como sapatilhas, brincos, pulseiras e turbantes. “No ano passado, lançamos nosso primeiro modelo de vestido de noiva afro-brasileira. Nosso principal diferencial está nos tecidos, importados da África”, diz Ana.
Além de vender pelo e-commerce, a marca vai aonde o publico está. “Participamos de grandes eventos realizados em todo o País como o Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros, Feira Preta, Afrolatinidades, Rua do Samba, Festa de São Benedito e Feijoada da Mãe Preta. Também visitamos eventos na periferia de São Paulo.”
altUma das precursoras desse movimento de valorização de produtos específicos para a população negra foi a fundadora da Muene Cosméticos, Maria do Carmo Valério, de 81 anos. “Foi muito difícil ajustar as fórmulas porque o Ph da pele negra é diferente. Tive de mudar várias vezes de químico.” No mercado há 25 anos, a Muene comercializa 121 itens, tendo como carro-chefe o pancake, com nove tonalidades.

Araújo (centro), criou agência especializada em modelos negros há 14 anos.
Hoje, seu book tem 200 nomes
Antes de fundar a agência HDA Model, Helder Dias Araújo era professor de passarela e coreógrafo na Bahia. “Vim para São Paulo praticamente sem dinheiro. Trabalhei três anos em uma agência. Quando ela fechou, vi que não havia na cidade uma agência especializada em modelos negros. Agarrei essa oportunidade. Hoje, 14 anos depois, capacito e formo profissionais. Nosso book contém mais de 200 modelos.”
Ele conta que o curso de modelo tem 33 matérias como etiqueta, teatro, passarela, nutrição, maquiagem e postura. “Na metade do curso, que dura seis meses, eles participam de uma banca que avalia quem está tendo um bom aproveitamento e deve concluir a formação.”
Helder afirma que os aspirantes a modelo passam por avaliação e são indagados sobre os estudos. “É fundamental que o modelo continue estudando. Essa carreira é efêmera e muitas vezes ingrata. Eles precisam ter os pés no chão.”
altO empresário diz que o mercado para modelos negros está crescendo. “Mas acredito que não foi o mercado que se abriu e sim, foi o negro que se conscientizou e está buscando seu espaço. Os negros perceberam, enfim, que a grande ferramenta é a educação, com ela é possível ir aonde quiser.”


Adriana, fundadora da Feira Preta
Militância empreendedora impulsiona negócios
Formada em gestão de eventos e com especialização em arte e cultura, Adriana Barbosa é uma empreendedora engajada. Desde 2002, realiza anualmente a Feira Preta. “Criei a feira pela necessidade de haver um evento com esse recorte racial de segmentação, levando em conta não apenas o viés da militância mas sobretudo pela oportunidade de negócio. Não existia nenhuma feira com essa abordagem que reunisse produtos e cultura”, afirma.
Adriana conta que o evento começou com 40 expositores e hoje são 100 participantes de todo o País. “Em 2005, criei o Instituto Feira Preta que organiza ações culturais, festival de música, seminário de boas práticas em economia criativa e o curso Preta Qualifica, que capacita empreendedores que participam da feira, em áreas como formulação de preços e atendimento ao público.”
O treinamento é feito em parceria com o Sebrae. Mas o instituto também organiza capacitação ligada à área de cultura, que aborda assuntos como elaboração de projetos, captação de recursos e estratégia de comunicação. “O objetivo é dar aos artistas um olhar de gestão sobre sua própria obra.”
Segundo Adriana, existe um potencial grande a ser explorado nesse nicho.
“A preocupação é saber se quem produz compreende as particularidades desse público, cada vez mais exigente, e se tem escala para atender a demanda crescente.”
A empresária conta que a terceirização de algumas etapas de seus negócios é feita por meio de redes que agrupam profissionais negros. “Uma delas é a Kultafro. Hoje, 70% das minhas produções são feitas por profissionais e empreendedores negros. Adotamos o conceito americano Black Money, para fazer circular dinheiro dentro da comunidade negra.”
A diretora comercial da loja de bonecas Preta Pretinha, Joyce Venâncio, se inspirou em um sonho de infância para criar o negócio. “Quando minhas irmãs e eu éramos pequenas, queríamos ter bonecas negras e nossa avó fez bonecas com tecido marrom para nós”, diz Joyce. Em 2000, as irmãs se uniram para criar a loja que oferece, além de bonecas, brinquedos educativos, fantoches e bonecos de madeira.
“Não quisemos segregar produzindo só bonecas negras, elas são maioria, mas também temos orientais, muçulmanas, russas etc.” Joyce afirma que, com o tempo, viu que era necessário criar bonecas com enfoque na inclusão. “Hoje, temos bonecas cadeirantes, albinas e obesas, entre outras, que são muito usadas em aulas sobre inclusão.” Em 2010, elas também fundaram o Instituto Preta Pretinha, que promove oficinas e inclusão de pessoas carentes.