sexta-feira, 31 de julho de 2009



Indicação do Guerreiro

MPF sai em defesa das cotas

Extraído de: Associação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
Procurador-geral posiciona-se contra ação do Democratas que suspendia a matrícula dos 652 cotistas aprovados pela UnB Câmpus da UnB, na Asa Norte: desde 2003, 3,2 mil alunos ingressaram na universidade pelo sistema de cotas O Ministério Público Federal (MPF) está ao lado da Universidade de Brasília (UnB) na manutenção do sistema de cotas para negros. Em parecer enviado ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, posicionou-se contra a ação proposta pelo Democratas (DEM), que suspendia o registro (1)de 652 candidatos cotistas aprovados no último vestibular da instituição federal. A iniciativa sustentava que o sistema de reservas de vagas fere o princípio da igualdade e que o obstáculo para o negro chegar ao ensino superior no Brasil não é racial, mas, sim, econômico. O pedido de liminar, no entanto, ainda precisa ser apreciado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. O procurador-geral entendeu que o pedido de liminar deve ser negado porque, ao contrário do que alegou o partido político, o princípio constitucional da igualdade não só é compatível como, em determinadas situações, até reclama a promoção de políticas de ação afirmativa "para superação de desigualdades profundamente entrincheiradas nas nossas práticas sociais e instituições". No parecer, Roberto Gurgel explica que a Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial é expressa ao autorizar as políticas de ação afirmativa baseadas em critério racial para favorecimento de indivíduos e grupos em situação de desvantagem. Ele destaca também que o artigo , inciso IV, da Constituição Federal, ao vedar os preconceitos de raça, sexo, cor, idade, e outras formas de discriminação, "não pode ser visto como um empecilho para a instituição de medidas que favoreçam os grupos e segmentos que são costumeiramente discrimi nados, ainda que tais medidas adotem como fator de desigualação qualquer desses critérios". Ao fim do parecer, o procurador-geral revelou que, atualmente, existem 35 universidades públicas que adotam políticas afirmativas, sendo que 32 preveem mecanismo de quotas e o restante adota sistema de pontuação adicional para os negros. A ação judicial foi impetrada no STF pela advogada voluntária do DEM Roberta Fragoso Menezes Kaufmann, que também é procuradora do Distrito Federal. Em 2003, ela concluiu na UnB sua dissertação sobre o sistemas de cotas para negros, que foi a única de todas as apresentadas na Faculdade de Direito a contestar a reserva de vagas. Em entrevista ao Correio, na semana passada, Roberta Kaufmann disse que o atual sistema promove uma discriminação inversa. A apreciação do pedido de liminar, no entanto, está nas mãos do presidente do STF, Gilmar Mendes. Na terça-feira da semana passada, ele assinou despacho dando prazo de cinco dias para que a Advocacia- Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República se manisfestassem. 1 - MATRÍCULAS As matrículas para as disciplinas do segundo semestre de 2009 da UnB começaram ontem e podem ser feitas até as 22h de amanhã pelo site www.matriculaweb.unb.br. O processo servirá para confirmar ou retirar disciplinas oferecidas durante a pré-matrícula. Quem não tem acesso à internet poderá utilizar os postos dos campus da UnB.
FONTE - Correio Braziliense

O Dia da Mulher Africana foi instituído a 31 de Julho de 1962, em Dar-Es-Salaam, Tanzânia, por 14 países e oito Movimentos de Libertação Nacional, na Conferência das Mulheres Africanas, quando foi criada organização Panafricana das Mulheres com o objetivo de discutir o papel da mulher na reconstrução da África, no combate à propagação da AIDS, na educação e na garantia da paz e da democracia. para mais, clique: em Angola algumas considerações sobre a mulher africana sobre a OPM sobre a OMA

5º FECAN Festival de Cultura e Arte Negra Vém AI!

5º FECAN Festival de Cultura e Arte Negra Vém AI!



OBJETIVOS DO PROJETO

Dar visibilidade a cultural dos afros descendentes.
Oportunizar ao artista manifestar sua arte seja ela: dança, musica cênica, gastronômica ou através das telas feitas pelos artistas que trabalha com a temática da cultura negra.
Discutir as diversas abordagens sobre o fazer cultural do povo negro.
Entender os processos de desenvolvimento da cultura afro-brasileiro em consonância com o movimento cultural da cultura negra.
Compreender os processos de organização da cultural afro brasileiro na atualidade.
Respeitar a diversidade cultural,acerca das manifestações artísticas de matriz africana.
Resgatar e divulgar a cultura negra e algumas de suas formas de arte e criatividade;
Dar visibilidade a produção cultural dos afros-descendentes nos diversos seguimentos da cultura norte mineira em especial Montes Claros.
O primeiro salão de cultura africana do FECAN
O primeiro Festival de musical estilo livre com a temática a cultura afro brasileira
O 3º Encontro de Negras é Negros do Norte de Minas

Oficinas:mascaras africana, percussão,graffite,dança de rua,penteado africano e dança afro

Concursos: vídeo, Culinária Africana, Beleza Negra, Fotografia e Dança de Rua
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Programação do 5º FECAN – Festival de Cultura e Arte Negra
1 a 15 de maio o primeiro salão de cultura africana do FECAN local Mercado Municipal
8 e 9 de maio o primeiro Festival de musical estilo livre com a temática a cultura afro brasileira
13 de maio de 2010 às 9h O 3ª Encontro de Negras é Negros do Norte
sala de convenções do SESC Montes Claros.
Oficina de mascaras africanas das 14h às 18h local sesc
Oficina de percussão das 14h às 18h local sesc
Oficina de graffite das 14h às 18h local sesc
Oficina de dança de rua das 14.às 18h local sesc
Oficina de penteado das14h às 18h local sesc
Oficina de dança afro das14h às 18h local sesc

Concursos de vídeo dia 14 às 18h local sesc
Concursos de culinária dia 15 das 10h às 15h local mercado municipal
Desfile de beleza negra dia 15 às 20 h local sesc
Concursos de fotografia dia 16 às 14h local sesc
Concursos de dança de rua dia 16 das 14h às 18h local sesc

CONTRAPARTIDAS OFERECIDAS
O proponente do projeto, FECAN – Festival de Cultura e Arte Negra, Hilário Bispo da Fonseca, assume em honrar a contrapartida mínima exigida pelo patrocinador.

Segue:

1-Inclusão das logomarcas institucionais do patrocinador, além de outros produtos/ serviços associados, a critério exclusivo,em todos os produtos gerados e peças de divulgação;

2- Inclusão das logomarcas institucionais do patrocinador, além de outros produtos/ serviços associados, a critério exclusivo, em espaços onde serão realizados os eventos;

3-Citação verbal do patrocinador em todas as entrevistas concedidas à imprensa sobre o projeto;

4-Doação de 20% de qualquer produto gerado pelo projeto para uso a critério do patrocinador, no caso de patrocino exclusivo;

5- Disponibilidade para participar de eventos, sobre o projeto contemplado,quando convidado, neste caso o patrocinador será responsável pelas despesas.

Currículo do proponente

Hilário Bispo da Fonseca, professor II da rede pública municipal – ensino infantil- CIC Américo Souto- bairro vila exposição, estudante do curso de letras inglês da universidade estadual de montes claros coordenador e idealizador do FECAN, coordenou a 1ª e 2ª conferência municipal de políticas de promoção da igualdade racial do município de montes claros , militante do movimento negro a mais de ( 20 ) vinte anos, agitador cultural; já realizou vários eventos com atemática étnico racial

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O candomblé é originário da África

Fonte(s):TÉCNOLOGO EM CONSTRUÇÃO CIVIL E UMBANDISTA HÁ 29 ANOS
CANDOMBLÉ : O candomblé é originário da África, onde ainda é muito forte. Cada região da África são divididas em tribos chamadas de NAÇÕES, que não necessáriamente coincidem com a divisão política dos países daquele continente, ou seja por exemplo, a NAÇÃO ANGOLA, que origina o candomblé de angola, pode ter tribos na Nigéria, em Moçambique, em Angola, etc... A NAÇÃO KETU, que origina o candomblé de Ketu, a mesma coisa e assim existem outras nações.O candomblé tem como base a natureza e tudo que ela representa, onde os orixás cultuados são nada mais nada menos que elementos da natureza. Assim, os quatro elementos, água, fogo, terra e ar são representados e a ancestralidade juntamente com esses elementos é que dão suporte a suas crenças.Pr exemplo, eles acreditam que OXUM é responsável por tudo bom e de ruim que envolve água de rios e cachoeiras, com sua beleza, força, e imprevisibilidade, assim como IEMANJÁ, tem a mesma influência sobre as águas do mar e por ai vai...Além disso, para se entender melhor, o rei de Angola a pouco tempo atrás era da família de OGUM, ou seja, seu primeiro ancestral, o primórdio, que era da família que recebia o nome de ogum (como um sobrenome qualquer, SIlva, Rocha,etc...) e eles acreditam que não só ele, mas todos os dessa família desencarnados voltam a se comunicar com o mundo dos vivos, onde a matéria morre, mas a alma não. Assim é para cada família, ou seja existe a família de pessoas ainda vivas de Xangô, Iemanjá, Oxum, Oxalá e de todos os orixás.A relação existente em toda a história até hoje entre as famílias, as brigas, os casos de amor e tudo que envolve duas ou mais famílias desses orixás são descritas em pequenos contos, que não se sabe ao certo o que é real e o que é lenda e o Babalaorixá ou a Ialorixá, para poder ensinar, estudam e vivem candomblé por vários e vários anos, onde cada uma dessas milhares de histórias ou lendas é que são interpretadas nos jogos de búzios para se entender fatos passados, presentes e as probabilidades do que possa acontecer no futuro das pessoas que buscam a consulta. Ao contrário de que muita gente pense que é advinhação, é um estudo de muitos anos que nem todos conseguem se aprimorar a ponto de fazê-lo.UMBANDA Com a vinda dos escravos para o Brasil e a proibição dos cultos dessa gente, além de que estratégicamente as tribos eram misturadas para que não houvessem união e rebeliões, para poder realizar seus cultos, os escravos fieram o sincretismo, ou seja, passaram o nome de seus orixás a santos da igreja católica para não despertar a ira dos senhores.Assim, Ogum era São Jorge, Oxosse, São Sebastião e assim por diante...O centro se chamam centro espírita + o nome de orixá ou Tenda de Umbanda + o nome do orixá, que varia dependendo de quem é o pai de cabeça ou o responsável exatamente porque quem acredita em reencarnação é considerado espírita, seja ele de umbanda, candomblé ou Kardecismo e Tenda, porque onde os escravos realivam seus cultos sincretizados eram nada mais nada menos que tendas.Já o Candomblé não é assim chamado, porque eles cultuam a língua raiz da NAÇÃO... Portanto, eu connheço um terreiro de candomblé cujo nome é em iorubá, o qual não vou escrever o nome por não lembra corretamente como se escreve e não vou citar o que eu não conheço...Atualmente, a grande diferença é que o candomblé mantém sua raiz quase que na íntegra, com mesmos costumes que os da África primitiva e os estudos são absurdamente pesados e longos.A umbanda, o sincretismo permaneceu, mas a vaididade da maioria das pessoas que fazem parte vem destruindo essa religião tão linda, para quem a conhece e a leva á sério.Na realidade, o pai da umbanda é o candomblé.A umbanda possui seus rituiais, os orixás são cultuados de forma diferentes e não fazemos parte de nenhuma seita Satânica, pelo contrário, muito menos matamos e comemos criancinha (Isso é um piada).Mas assim, por incrível que pareça, isso é o resumo do resumo do resumo do resumo do rsumo... É muito profundo e eu sou de umbanda e posso te dizer que quem fala, seja umbanda, seja o candomblé ou quem quer que seja que cultuamos Satan, não sabe o que fala e fala o que não faz noção...Então que não fale nada e aprenda primeiro...Um pouco leitura não faz mal a ninguém! Ou tenha a humildade de perguntar como você fez...Isso é nobre! Abraço e axé!

UMBANDISTA HÁ 29 ANOS

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Controle social comunicação e mídia . Povo negro


Uma reflexão de: Monica Aguiar
Controle social comunicação e mídia . Povo negro



O monopólio da máquina de comunicação sempre trouxe prejuízos para sociedade brasileira.
Um deles é a sustentação do racismo, que antecede o capitalismo, e formata os preconceitos e as discriminações.
Conseqüentemente a diminuição do alto estima da população negra, a manutenção a inferioridade enquanto raça. E no meu ver o pior: - A negação dos direitos de cidadania, do reconhecimento do ser negro cidadão e cidadã.

Com eslogam "Cidadania. Um direitos de todos" .
Sustentam padrões de vida patriarcais, machistas e sexistas colocado para toda sociedade em horário nobre, através das telenovelas, que induz com mais veemências trabalahadoras e trabalhadores com pouco aceso a educação, a pensar e agir conforme suas expectativas políticas e organizações sociais.

Já não bastava tal covardia, ainda influencia na opinião publica , de forma velada, a determinação de seus representantes para ser Governantes no pais em seus estados e municípios.

Hoje em nome da "democracia" em prol do racismo entram em questões que historicamente o movimento negro, vem pautando com a sociedade com relação as desigualdades raciais vigentes.
Desqualificam o debate, induz a formulação de opinião racista, ainda criam para toda sociedade o conceito do chamado ódio racial, a partir dos que ainda lutam pela liberdade .

Desrespeitam nossas diversidades étnicas racial, e não permitem passar ou se quer pensar que nos negras, negros , indígenas temos forma harmônica histórica de convivência étnica/racial e organização social em uma só nação, dentro dos nossos territórios.

Mas resistimos, através de um mecanismo de comunicação milenar essencial na manutenção para nossa cultura a chamada oralidade.

Este é o momento impar , em que a sociedade encontra para debater a comunicação , a democratização deste sistema no Pais.
As concessões não podem e não devem pertencer apenas um grupo.
A comunicação deve ser nossa, gerenciada por nos.

Temos como tarefa hoje, impulsionar cada vez mais a execução das políticas publicas, contribuir com o monitoramento na sociedade o exercício do controle social, cidadania e participação popular.

Por isto caras e caros companehiras(os) de luta :
NADA CAUSA MAIS HORROR A ORDEM
DO QUE MULHERES NEGRAS
QUE SONHAM
COM LIBERDADE
E LUTAM
PELA LIBERDADE

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A Coordenação Nacional de Entidades Negras

CONEN: a luta continua!

A Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN) foi fundada no I Encontro Nacional de Entidades Negras (ENEN), realizado em novembro de 1991, na cidade de São Paulo. Sendo assim, a CONEN completa 18 anos e a sua existência construiu a visibilidade de novas forças atuantes no movimento negro brasileiro, entre elas a União de Negros pela Igualdade (UNEGRO ).

O I ENEN, em suas decisões, apontou para a necessidade do fortalecimento da luta contra o racismo por meio de orientação política e ação coletiva contra os mecanismos de exclusão da população negra advindos do neoliberalismo e da globalização em curso naquele momento no Brasil e no mundo. Passados 18 anos, a conjuntura política é diferente daquela na qual a CONEN foi fundada.

A luta do movimento negro tem garantido avanços na vida da população negra. Afirmamos na II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial que somente por meio da luta será possível que governos municipais, estaduais e federal respondam às reivindicações históricas do movimento negro. Diante do grave quadro de desigualdades sócio-raciais, em razão das assimetrias no acesso às oportunidades econômicas e culturais entre negros e brancos, é preciso implementar políticas para a erradicação do racismo e da pobreza em nosso país.

Os ajustes estruturais pautados pela ortodoxia neoliberal nas economias de muitos países, entre eles o Brasil, mergulharam o mundo em uma crise de largas proporções e, ao que tudo indica, de longa duração.

Em meio a esta crise uma aliança entre países da América Latina – em sua maioria governados por quem se opõem às políticas neoliberais – África e Ásia, vai se conformando uma nova geopolítica internacional para resistir e encontrar saídas. Esta aliança, na qual Brasil e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem um protagonismo significativo, propõe um modelo de Estado voltado para o crescimento econômico e atendimento das demandas sociais e para a correção das injustiças históricas para as populações pobres, entre elas as negras.

Esta conjuntura traz novos desafios para o movimento negro brasileiro, entre eles:

- O fortalecimento de articulações nacionais e internacionais que desenvolvem a luta política contra o racismo, visando gerar uma agenda que dialogue com esta nova realidade;

- Isso implica em focar o nosso debate no rumo da formulação de uma nova estratégia política a partir da compreensão de como o processo de mundialização/globalização interfere na construção de um projeto político mais eficaz na luta de combate ao racismo e a opressão do capitalismo;

- Forjar e ampliar alianças políticas com outros setores em luta contra a opressão neoliberal e o recrudescimento de ideários conservadores, entre eles o racismo, o machismo, a intolerância religiosa e a homofobia, onde seja possível um outro mundo fundado na convivência democrática e a garantia da paz com justiça social.

Durante Seminário Nacional realizado em São Paulo por um campo político da CONEN, de 29 a 31 de maio de 2009, com a participação de 125 lideranças de organizações do movimento negro dos estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e do Distrito Federal, aprofundamos o debate em torno dessa nova realidade da luta de combate ao racismo e a implementação da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial.

A conclusão do Seminário foi de que esta leitura da realidade e os novos desafios de nossa luta unificam a maioria das entidades que se articulam em torno da CONEN.

Quando discutimos a questão da reestruturação organizativa da CONEN e diante da possibilidade do afastamento da UNEGRO da CONEN, avaliamos as implicações que esta resolução da UNEGRO poderia implicar para a CONEN e o conjunto de outras forças que atuam no movimento negro.


Com muita maturidade, as lideranças negras presentes concluíram que é preciso reconhecer as diferenças de estratégias na condução da luta de combate ao racismo em nosso país e no mundo, até para podermos estabelecer futuramente pontos de
unidade entre as várias organizações locais, regionais e nacionais do movimento negro brasileiro em torno de um objetivo comum e hegemônico no Brasil: a centralidade da luta política de combate ao racismo e a todas as formas de opressão.

É a partir do objetivo principal da CONEN – o fortalecimento das entidades negras e do lema que nos orienta desde nossa fundação, a unidade na diversidade – que compreendemos o afastamento da UNEGRO da CONEN.

Projetamos a possibilidade de continuarmos juntos na luta a partir de um Plano de Ação no curto prazo:

- Pela aprovação do Estatuto da Igualdade Racial e da Lei de Cotas Raciais e Sociais nas universidades e institutos federais públicos;
- Pela garantia dos direitos, da titulação e regularização fundiária e das políticas para as terras quilombolas;
- Pela implementação da lei 10.639/11.645;
- Pelos direitos, a liberdade e o respeito às religiões de matriz africana;
- Contra o genocídio da juventude negra no Brasil;
- Finalização do processo de realização do Congresso Nacional de Negras e Negros do Brasil, o CONNEB.

A longo prazo cabe à História... É caminhando que se faz a travessia.

Ao conjunto das lideranças do movimento negro, da militância negra das entidades locais, regionais e nacionais da CONEN, dos partidos políticos, para a juventude negra, religiosos de matriz africana, mulheres negras, pesquisadores negros, quilombolas, artistas, sindicalistas e todos os setores que continuam acreditando ser a CONEN um espaço privilegiado, legítimo e representativo da luta política de



combate ao racismo em nosso país, reforçamos a convocação para participação na reestruturação em curso na CONEN com a realização de Encontros Estaduais de
Entidades Negras, o Encontro Nacional de Mulheres Negras da CONEN rumo ao III Encontro Nacional de Entidade Negras, previsto para ocorrer no primeiro semestre de 2010.

A luta contra o racismo continua! Nossa vitória é certa!

Brasil – Julho de 2008.

Direção provisória da CONEN

terça-feira, 7 de julho de 2009

Manifesto em Defesa dos Direitos e da Autonomia da População Negra.

documento histórico da II CONAPIR Manifesto em Defesa dos Direitos e da Autonomia Política da População NegraNós, Organizações e Ativistas do Movimento Negro vimos nos manifestar publicamente em defesa de uma ação contundente do Estado brasileiro para garantir a efetivação dos direitos políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais da população negra. Lutamos contra a escravidão e rompemos as correntes da opressão. Desmascaramos a farsa da democracia racial e inscrevemos na Constituição Federal o racismo como crime inafiançável e imprescritível. E mais, temos construído um amplo consenso na sociedade brasileira sobre a necessidade de uma ação coletiva para banir o racismo.O Estatuto da Igualdade Racial se inscreve neste contexto como parte da nossa luta histórica. Após quase uma década de tramitação no Congresso Nacional, o documento tem sido alvo de ataques que o desfiguram completamente! Neste início de século XXI, a articulação de diferentes setores racistas, partidos políticos e herdeiros dos antigos senhores de escravos derrotados em 1888, têm engendrado diferentes maneiras de se contrapor à vontade da sociedade brasileira de instaurar a equidade e a justiça racial entre nós.Não satisfeitos de serem detentores da maior fatia da riqueza nacional, produzida em grande parte pela população negra, insistem em utilizar manobras para esvaziar o sentido original do Estatuto, inviabilizando a plena realização de nossas conquistas no combate ao racismo, em evidente desobediência aos preceitos constitucionais e aos tratados internacionais ratificados pelo Estado brasileiro.Neste momento, interesses eleitorais estimulados pela proximidade de 2010, têm provocado articulações e composições espúrias que utilizam nossas conquistas como moeda de troca. Daí o esvaziamento dos conteúdos de justiça racial do Estatuto, o que impõe retrocessos, injustiças e a perpetuação de violações de direitos fundamentais da população negra. Grileiros, gestores públicos, legisladores e empresários da comunicação, entre outros, se unem para produzir uma proposta clandestina do Estatuto, contrariando frontalmente os nossos interesses e as evidências de que o racismo é um fator estruturante das hierarquias na sociedade brasileira.São exemplos disto:1. O caráter autorizativo e não determinativo desta proposta de Estatuto, que delega aos gestores a decisão de cumprir ou não o que está escrito;2. A eliminação do instrumento das cotas e a restrição das políticas de ação afirmativa apenas à parcela da população negra brasileira abaixo da linha da pobreza;3. O não reconhecimento dos territórios tradicionais quilombolas – terras ocupadas por remanescentes de quilombos, utilizadas para a garantia de sua reprodução física, social, econômica e cultural, bem como as áreas detentoras de recursos ambientais necessários para a subsistência das comunidades, para a preservação da sua cultura, englobando os espaços de moradia, espaços sagrados e sítios históricos;4. A retirada da criação do fundo de recursos financeiros para implementação de políticas públicas para a população negra.Sendo assim, em respeito à trajetória política de negras e negros brasileiros, nos manifestamos pela defesa intransigente de nossas conquistas históricas, repudiando o atual texto substitutivo do Estatuto da Igualdade Racial – Projeto de Lei 6264/2005. Nesse mesmo sentido a II CONAPIR se pronunciou favorável à aprovação do Estatuto com alterações que assegurem as demandas históricas da população negra.Repudiamos as negociatas que envolvem partidos de direita e de esquerda. Repudiamos os retrocessos. Repudiamos qualquer tentativa de esvaziamento de nossa organização política. Reafirmamos nossa luta por ações afirmativas nos diferentes setores da vida social e política do país. Pelas cotas raciais nas universidades públicas. Pelo direito aos territórios das comunidades quilombolas e tradicionais. Nenhum direito a menos! REPARAÇÃO JÁ!

Brasília, 28 de Junho de 2009 II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial

Movimento Negro Unificado (MNU)- Memória Lélia Gonzalez

Fontewww.abaixoassinado.org/abaixoassinados/4604

quinta-feira, 2 de julho de 2009

TRANSCRIÇÃO COMPLETA DO LIVRETOEM HOMENAGEM A MAIS ANTIGA CASA DE AXÉ DO BRASIL

TRANSCRIÇÃO COMPLETA DO LIVRETO EM HOMENAGEM A MAIS ANTIGA CASA DE AXÉ DO BRASIL

José Abade de Oliveira Ótun Olu K’otun Jagun
Máxima da Casa Branca:

E NI SE IRE SE E FUN ARA REE NI SIKA SE E FUN ARA REIRE KO NI SAI GBE NI, IKA KO NISAI KA ONIKA, BI INU BA MO ESINSINONIKA KOLE KUN NI.
Tradução:

Aquele que faz o bem Faz bem a si mesmo Aquele que faz o mal Faz mal a si mesmo A virtude tem sua boa recompensa E o mal sua conseqüência má,Mas se a consciência de alguémÉ clara, a mosca má enviada…Pelo mal, não faz mal.
Ilê Axé Iya Nassô Oká / Terreiro da Casa Branca No período da escravidão no Brasil, os negros formavam suas comunidades nos engenhos de cana. Na Bahia, princesas, na condição de escravas, vindas de Oyó e Keto, fundaram um centro num engenho decana. Depois se agruparam num local denominado Barroquinha, onde fundaram uma comunidade de Nagô, que segundo historiadores, remonta mais ou menos 300 anos de existência. Sabe-se que esta comunidade fora fundada por três negras africanas cujos nomes são: Adetá ou Iya Detá, Iya Kalá e Iya Nassô. Não se tem certeza de quem plantou o Axé, porém o Engenho Velho se chama Ilé IyaNassô Oká. O Ilê Iya Nassô funcionava numa Roça na Barroquinha, dentro doperímetro urbano de Salvador.Os africanos que se encontravam ali, lugar deserto naquela época, porém próximo ao Palácio de sua Real Majestade, tiveram receio da intervenção das autoridades no seu Culto, daí, Iya Nassô resolveu arrendar terras do Engenho Velho do Rio Vermelho de Baixo, no trecho chamado Joaquim dos Couros, lugar onde se encontra até hoje, estabelecendo aí o primeiro Terreiro de Culto Africano na Bahia.A Iya Nassô, sucedeu Iya Marcelina. Após a morte desta, duas das suas filhas, Maria Júlia da Conceição e Maria Júlia Figueiredo, disputaram a chefia do candomblé, cabendo à Maria Júlia Figueiredo que era asubstituta legal (Iya Kekeré) tomar a posse de Mãe do Terreiro. Maria Júlia da Conceição afastou-se com as demais discidentes e fundaram outra Ilé Axé, a saber: Ilê Omi Axé Iyá Mase. – Gantois.Substituiu Maria Júlia Figueiredo na direção do Engenho Velho, a Mãe Sussu (Ursulina de Figueiredo). Com a sua morte nova divergência foi criada entre suas filhas, Sinhá Antonia, substituta legal de Mãe Sussu, por motivos superiores não podia tomar a chefia do Candomblé, em conseqüência o lugar de Mãe foi ocupado por Tia Massi (Maximiana Maria da Conceição).Vencendo o partido da Ordem, os discidentes inconformados fundaram então uma outra Ilé Axé. Talvez seja oportuno abrir um parêntese. O explanador é sobrinho de Sinhá Antonia e Ogan de Oxaguian da Tia Massi. Maximiana Maria da Conceição, Tia Massi foi sucedida por Maria Deolinda, Mãe Oké. A direção sacerdotal do Engenho Velho foi posteriormente confiada à Marieta Vitória Cardoso, Oxum Niké, que, com sua morte, foi substituída pela Mãe Tatá . Atualmente, assumiu a chefia da Casa, a Iyalorixá Altamira Cecília dos santos, Mãe Tatá, filha legítima de Maria Deolinda.
Sociedade Beneficente e Recreativa: A Sociedade Beneficente e Recreativa São Jorge do Engenho Velho que representa o candomblé da Casa Branca foi fundada a 25 de julho de 1943, registrada no Cartório Especial de Títulos e Documentos em 2 de maio de 1945 sob nº 15.599, declarada de utilidade pública pela Lei Municipal 759 de 31 de dezembro de 1956, é regida por Estatuto e tem personalidade jurídica.Sua Diretoria é composta por um presidente, um vice, 1º e 2º secretário, 1º e 2º tesoureiro. Assembléia geral, com presidente, 1º e 2º secretários. Comissão fiscal, composta por três membros.Atualmente a Diretoria da Sociedade é exercida pelo Sr. Antônio Agnelo Pereira. Ministro de Oxalá, Oxogum e Obalaxé do Ilé Iya Nassô Oká, Casa Branca.A Diretoria de Honra da Entidade é composta pela Trilogia Sacerdotal do Axé, atualmente representada nas pessoas da Iya Altamira Cecília dos Santos, Iya Juliana da Silva Baraúna e Iya Areonite da ConceiçãoChagas.Existe ainda a Diretoria do Patrimônio e uma Comissão de Defesa do Patrimônio.
O Terreiro O Terreiro é de Oxossi e o Templo principal é de Xangô. O Barracão que tem o nome de Casa Branca, é uma edificação alongada com várias divisões internas que encerram residências das principais pessoas doTerreiro, como também espaços reservados aos quartos de Orixás, quarto de Axé, Salão onde se realizam as festas públicas, bem como a cozinha onde se preparam as comidas sagradas. Uma bandeira branca hasteada no Terreiro indica o caráter sagrado deste espaço. No telhado do Barracão, símbolos de Xangô identificam o Patrono do Templo.O terreno fica situado numa encosta que se estende até uma cota de 30.00m com declividade de 30%, no lado direito da atual Av. da Gama, o sentido de progressão para o Rio Vermelho, entre as Ladeiras Manoeldo Bonfim e do Bogun, na Unidade Espacial C-5 em Salvador – Bahia.Ocupa uma área de 6.000m². Tem como endereço, Av. Vasco da Gama, 463.Em redor do Barracão existem várias casas de Orixás.As obrigações religiosas da Ilé Axé começam no fim de maio ou princípio de junho com a Festa de Oxossi. A Festa de Xangô Airá tem lugar a 29 de junho. Na última sexta-feira de agosto, realiza-se a Cerimônia da Água de Oxalá, seguindo-se os três domingos consecutivos, nos quais se festeja Odudwa no primeiro, Oxalufan no segundo e a Festa do Pilão em homenagem a Oxaguian, no último domingo. Na segunda-feira imediata, festeja-se Ogum e na seguinte Omolú. Havendo, no entanto, um espaço para iniciação de novas filhas, prossegue as festas em louvor a Yansã, Xangô, Iabás e Oxum, terminando o ciclo festivo no final de novembro.
Situação atual. No iníco, as atividades do Ilé Axé sofreram perseguições da Sociedade e por parte da Polícia. Já no período da República, o candomblé fora proibido de exercer as suas atividades e os Terreiros ficaramsubjugados à Delegacia de Jogos, Entorpecentes e Lenocínio. Hoje, porém a situação é diferente. Existe na Prefeitura de Salvador, o Projeto MAMNBA da Pro-Memória, sob a direção do Antropólogo o DepJosé Trindade Serra, cujo objetivo é proceder ao Mapeamento de Sítios e Monumentos Religiosos Negros na Bahia.Em 14 de junho do corrente ano, o Ministério da Cultura, a Prefeitura Municipal de Salvador e o Ministério da Relações Exteriores, em conjunto lançaram oito postais sobre a Ilé Axé Iya Nassô Oká e arevista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional publicaram – A Coroa de Xangô no Terreiro da Casa Branca – em separata do número 21/1986. Chegou então a hora da proteção a todos os Terreiros de Candomblé do Estado. Língua Yorubá nos Currículos de 1º e 2º graus.Diante da solicitação da Sociedade Beneficente São Jorge do Engenho Velho, conforme fundamentação e comprovação firmada pelo presidente, Sr. Antonio Agnelo Pereira, cultor de etnografia afro e diplomado em Língua Yorubá pelo Centro de Estudos Afro Orientais da Universidade Federal da Bahia, o Conselho Estadual de Educação aprovou introdução da Língua Yorubá nos Currículos de 1º e 2º Graus nos Colégios de Rêde de Ensino do Estado.Saudação. O Ilé Axé Iya Nassô é o 1º Templo de Culto Religioso Negro no Brasil – Casa Branca do Engenho Velho.É o primeiro Monumento Negro considerado Patrimônio Histórico do Brasil desde o dia 31 de maio de 1984 (Tombamento do Terreiro do Engenho Velho).Antes disso, em 1982, o Terreiro já havia sido tombado como Patrimônio da Cidade do Salvador 1ª Capital do Brasil.Em 1985 o Terreiro do Engenho Velho foi considerado Axé Especial de preservação Cultural do Município de Salvador.A Sociedade São Jorge do Engenho Velho, representante legal da Comunidade do Ilé Axé Iya Nassô Oká foi considerada de utilidade pública Municipal e Estadual. É Membro do Conselho Geral do Memorial Zumbi.Atualmente está feito o Plano de preservação do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho e prepara-se o Projeto de Recuperação da área em convênio com o Ministério da Cultura e a Prefeitura Municipal doSalvador.O Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, mais antigo do Brasil, tem como Iyalorixá a Venerável Altamira Cecília dos Santos, secundada pelas veneráveis Iya Kekeré Juliana da Silva Baraúna e Otun Iya Kekeré Areonite Conceição Chagas.Possui um vasto Colégio Sacerdotal composto pelas Iya bomin, Ogans e Olossés, além de muitas Iyaôs e Abians.Em nome da Iyalorixá e de todo o Corpo sacerdotal do Terreiro, transmitimos nossas saudações aos irmãos negros dos Estados Unidos e de todo o Mundo.Abraçamos também os Povos e Nações existentes no Continente Americano e todos os Homens de boa vontade pela Paz e Igualdade de todos.Axé.