domingo, 27 de julho de 2008

11º Encontro das Américas de Cultura e Capoeira e 6º Festival de Cantigas de Capoeira

11º Encontro das Américas de Cultura e Capoeira e 6º Festival de Cantigas de Capoeira
No ano passado, o carnavalesco Joãosinho Trinta se emocionou diante de uma apresentação do Grupo Raízes do Brasil, no Teatro Sílvia Cançado, da Escola Americana, a ponto de prometer ao mestre Ralil, fundador da entidade, que realizaria os cenários da próxima apresentação. O resultado dessa luxuosa contribuição pode ser conferido no próximo sábado, na Sala Martins Pena, do Teatro Nacional, com a festa de encerramento do 11º Encontro das Américas de Cultura e Capoeira e o 6º Festival de Cantigas de Capoeira. O evento, que tem início amanhã, reúne capoeristas do Brasil e do mundo numa série de atividades ao longo da semana. “Nós o convidamos e, para nossa surpresa, ele foi e adorou”, emociona-se mestre Ralil. “Ele disse que nunca tinha visto harmonia tão grande em cima de um palco. Gostou tanto que prometeu nos presentear com a criação de um cenário”, recorda.

A parceria vem acompanhada de dupla comemoração com o tombamento, na terça-feira passada, em Salvador, da capoeira como o mais novo patrimônio da cultura brasileira. A decisão foi acolhida por unanimidade pelo conselho consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Esse reconhecimento veio a calhar, pois legitima o incentivo e apoio do governo à nossa cultura”, comenta Ralil. “O curioso é que se criou o conceito de que a capoeira nasceu na África e não é verdade. É uma manifestação genuinamente nossa, difundida hoje em mais de 120 países. Então essa ação busca preservar ainda mais o que é nosso”, defende.

Na semana do Encontro, um festival de manifestações populares como capoeira, maculelê, bumba-meu-boi, e maracatu, entre outras, darão o tom da festa em alguns pontos da cidade informalmente. Palestras, aulas e um festival de cantigas também estão na agenda. Tudo com entrada franca, com exceção da festa de encerramento, no Teatro Nacional. “É um evento de caráter esportivo, educativo, social e cultural, mostrando que temos um compromisso sério com a sociedade há mais de 20 anos”, frisa mestre Ralil, que já abriu filiais do Raízes do Brasil em nove países e em 110 cidades brasileiras. “Temos realizado importante trabalho entre as comunidades carentes, dando origem à formação de professores e mestres”, enfatiza.

Aberto apenas a membros do grupo, o 6º Festival de Cantigas de Capoeira ocorre na quarta e quinta-feira, na Associação de Pessoal da Caixa Econômica Federal (APCEF). Mas o público pode marcar presença na platéia, com entrada gratuita. Os três primeiros vencedores participarão da gravação do segundo CD de cantigas produzido pela entidade e que deve ser lançado ainda este ano.

Na grande festa a ser realizada na Sala Martins Pena, nove cenários criados pelo mestre do carnaval Joãosinho Trinta apresentam a diversidade cultural por meio de manifestações populares como a própria capoeira e ainda puxada de rede, jongo e frevo, entre outras. “Todos os cenários trazem perspectivas em três dimensões, cada um deles com representações simbólicas dos números apresentados. No da capoeira, por exemplo, ele (Joãosinho), projetou um grande mosaico com 1,60m de largura e 6m de altura”, detalha.

Segundo mestre Ralil, o ponto alto do encerramento será a apresentação de uma orquestra de berimbaus, composta por 40 integrantes que tocarão o Hino Nacional.

11º encontro das américas de cultura e capoeira e 6° festival de cantigas de capoeira

De amanhã a sábado, com festa de encerramento na Sala Martins Pena, às 20h. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Censura livre. Informações: 3326-2925.
Programação

Hoje

A partir das 10h, chegada dos capoeiristas à sede do Grupo Raízes do Brasil (703 Norte, Bl. A)

Amanhã

Rodas de capoeiras, treinos e ensaio do show de encerramento (na APCEF)

Quarta

Rodas e treinos; às 18h, palestra sobre primeiros socorros; e às 20h, eliminatórias do Festival de Cantigas de Capoeira (na APCEF)

Quinta

Às 15h, aula de percussão (na APCEF); às 18h, palestra sobre a Importância da Capoeira como Símbolo Nacional; às 21h, final do Festival de Cantigas

Sexta
Às 9h, batizado de capoeira na Vila Planalto; às 14h, ensaio geral na Sala Martins Pena; às 20h, mesa-redonda com mestres de capoeira

Sábado

Às 20h, encerramento, na Sala Martins Pena.
Fonte: Comunicação Social MinC - 21/07/2007

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